Levantamento realizado pela chapa de oposição nas eleições do ABC aponta que nos últimos 10 anos, o Alvinegro virou réu em 233 ações na Justiça do Trabalho, sendo que deste total, 40% delas vieram apenas nos últimos três anos. Foram 139 ações entre 2012 e 2018 contra 94 entre 2019 e 2021. R$ 8,2 milhões é a dívida de ações trabalhistas ativas entre 2019 e 2021.
As reclamações registradas pelos ex-funcionários são das mais diversas e passam desde a ausência de pagamentos de salários, os atrasos nos pagamentos, a não quitação de direitos trabalhistas como depósitos de FGTS ou pagamento de verba indenizatória, por exemplo, até a falta de cumprimento de acordos judiciais realizados por gestores anteriores.
Segundo levantamento divulgado pela assessoria da chapa de oposição, a temporada com o maior número de ações na Justiça foi a de 2020, quando Bira Marques assumiu efetivamente a presidência do clube depois da renúncia de Fernando Suassuna, com um total de 36 processos movidos contra o ABC, sendo que deste total, 27 ainda seguem ativos. No ano anterior, em que o Alvinegro terminou rebaixado para a Série D do Campeonato Brasileiro, foram 35 ações no total, com 17 delas ainda ativas.
Bira Marques fala em acordos e economia para o ABC
Conversei com o presidente Bira Marques que está finalizando um levantamento das dívidas e do montante das negociações, mas o dirigente adiantou ao blog que ” foram feitos mais de dois milhões de reais em acordos, o que representou uma economia de mais de 800 mil para o clube. Reduzir o impacto negativo dessas ações nas finanças do clube tem sido minha prioridade desde que assumiu quando Suassuna se afastou e isso tem sido feito com muita responsabilidade e transparência. Estamos neste momento envolvidos em uma jogo decisivo amanhã (09) contra o Sousa que vale muito e o foco agora é esse jogo. Eu estou tranquilo e com a certeza que tenha feito o melhor para o ABC”.
Bira Marques que era vice-presidente de Fernando Suassuna assumiu em abril de 2020 após a renúncia do presidente, no olho do furacão da pandemia da Covid-19 e iniciou a partir dai um trabalho de negociação e acordos das dívidas trabalhistas existentes no clube e que vem de longa data. O endividamento do ABC não começou com Bira Marques, que está pagando acordos feitos de gestões anteriores, bem anteriores a dele.