Pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19, a Alemanha superou a marca de mais de 50 mil novos casos. Foram reportadas 50.196 novas infecções pelo coronavírus no país em 24 horas, comunicou nesta quinta-feira (11/11) o Instituto Robert Koch (RKI), agência alemã de prevenção e controle de doenças.
Foi o segundo dia consecutivo com recorde de casos no país, após os 39.676 computados na véspera. O pico anterior fora registrado na sexta-feira passada (5/11), com 37.120 infecções. A própria Europa vive o perigo de uma nova onda.
A taxa de incidência de sete dias, usada para medir o estado da pandemia no país, quebrou um novo recorde pelo quarto dia consecutivo, ficando em 249,1. A taxa indica o número de novos casos de covid-19 a cada 100 mil habitantes na última semana. Na segunda-feira, o número havia ficado acima de 200 pela primeira vez, em 201,1, e subiu para 213,7 na terça e para 232,1 na quarta.
Há uma semana, a incidência estava em 154,5, e a taxa quase quadriplicou em relação aos 66,5 registrados um mês atrás. Segundo o RKI, foram contabilizadas nesta quinta 235 novas mortes relacionadas à Covid-19. Há uma semana, foram 165.
Desde o início da pandemia, foram registradas mais de 4,8 milhões de infecções pelo coronavírus, sendo que o número real deve ser significativamente maior, pois muitos casos não são identificados. O total de mortos pela doença chegou a 97.198.
Situação dramática
Na quarta-feira, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, que em breve deixará o cargo, afirmou que a situação da pandemia no país é dramática e defendeu uma reunião com governadores o mais rápido possível, segundo seu porta-voz. Merkel também apelou por ações imediatas num vídeo divulgado nas redes sociais.
“Na Alemanha, infelizmente tenho que dizer que nossa taxa de vacinação não é alta o suficiente para impedir a rápida disseminação do vírus”, disse. Até agora, 67,3% da população foi completamente vacinada.
“O RKI havia afirmado que qualquer taxa de vacinação da população abaixo de 75% estaria ligada a um crescimento exponencial [das infecções], com ocupação alta demais dos leitos de UTI”, prosseguiu a chanceler, afirmando serem necessárias, portanto, medidas para conter a alta de casos.
Merkel afirmou que o país tem duas grandes tarefas pela frente, além da questão de se será possível vacinar mais pessoas. A primeira delas são as doses de reforço, as quais devem ser aplicadas sobretudo naqueles acima de 60 anos, que são cerca de 24 milhões de pessoas.
A segunda tarefa seria determinar quando é necessário aplicar medidas adicionais, como a chamada regra 2G (que permite a entrada apenas de pessoas vacinadas [Geimpfte] ou recuperadas da covid-19 [Genesene] em certos espaços) para desacelerar a disseminação do vírus.
“O número dos leitos de UTI ocupados está subindo acentuadamente”, afirmou a chanceler. “Portanto, ações precisam ser acordadas rapidamente.”
Fonte: Metrópoles