O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta quarta-feira que o ”orçamento secreto” são ”manobras em benefício daqueles que apoiam o governo”. A declaração foi dada durante uma entrevista para o portal Uol. Mourão também afirmou que há diferença entre as emendas do relator, que fazem parte do chamado ”orçamento secreto”, e o esquema do mensalão, escândalo que ocorreu em 2005 e consistiu na compra de votos de deputados no governo Lula.
“É totalmente diferente. O mensalão era dinheiro, como dizia … Quando eu morei na Venezuela, eu era adido militar lá, havia o auxiliar do adido da República Dominicana que dizia que o Hugo Chávez comprava os parlamentares a billete limpio. Ou seja, colocava o dinheiro na mão“, comentou o general.
Durante a entrevista, Mourão também comentou sobre a pré-candidatura do ex-juiz Sergio Moro à Presidência da República. De acordo com o general, Moro ”tem luz própria” e é o ”principal candidato da terceira via”.
” O doutor Sergio Moro tem luz própria. É alguém que conquistou parcela da população brasileira com a atuação dele como juiz principalmente no caso do petrolão. Ele tem esse espaço dentro do campo político. Eu o vejo hoje como a principal candidatura da assim chamada terceira via. ‘Agora, vai depender dele conseguir empolgar a massa, né. O Moro, tenho certeza que empolga uma parcela esclarecida da população, mas hoje quem empolga a massa, na minha visão, são só duas pessoas… Bolsonaro e Lula”, afirmou.
Juiz na operação Lava-Jato e ex-ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro se filiou ao Podemos na semana passada para disputar a Presidência da República em 2022.
“Se para tanto, for necessário assumir a liderança nesse projeto, meu nome sempre estará à disposição do povo brasileiro. Não fugirei dessa luta, embora saiba que será difícil. Há outros bons nomes que têm se apresentado para que o país possa escapar dos extremos da mentira, da corrupção e do retrocesso, disse Moro no evento de filiação em Brasília”, disse.
Na semana passada, o STF suspendeu o pagamento do ”orçamento secreto” após o governo Bolsonaro empenhar R$ 909 milhões em emendas parlamentares dias antes da votação da PEC dos Precatórios, aprovada em segundo turno na Câmara e que segue para votação no Senado. Uma das principais críticas sobre o ”orçamento secreto” é a falta de transparência sobre os gastos.
Fonte: O Globo