O ex-presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva criticou a política de preços da Petrobras, baseada na paridade com as cotações internacionais, e disse que não a manteria caso estivesse no poder.
“Não vai ter essa política de aumento de gás, não vai ter essa política de aumento da gasolina e não vai ter essa política de distribuição de dividendos de forma alucinada como eles estão fazendo. Os acionistas merecem ganhar alguma coisa, mas quem tem que ganhar por conta da Petrobras é o povo brasileiro que é o criador da Petrobras”, disse Lula em entrevista à Rádio Gaúcha.
Questionado sobre qual política adotaria, se voltasse à presidência, Lula respondeu: “a que eu já implementei uma vez. A gente tinha efetivamente uma política de preço compatível com a sobrevivência da Petrobras.”
Lula não foi explícito sobre uma intervenção do governo nos preços da petrolífera, mas disse que outros candidatos à presidência também poderiam mudar a política da empresa. “Qualquer pessoa séria que ganhar eleições em 2022 não vai manter essa política de paridade de preço do petróleo”, afirmou.
Ainda na entrevista, Lula afirmou que metade da inflação hoje está subordinada aos preços controlados pelo governo. “Portanto o governo tem muita responsabilidade pela inflação. Pelo preço da energia, do gás, da gasolina, do diesel”, disse ele.
Questionado se manteria o Teto de Gastos Públicos, caso estivesse no poder, Lula criticou o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso. “O Teto de Gastos só pode ser aprovado em um país onde o presidente não tem autoridade moral sobre como gastar ou investir”. Ele afirmou que os governos petistas diminuíram a dívida pública interna de 60% para 32% do Produto Interno Bruto (PIB) e disparou: “hoje, a Câmara tem mais poder de investimentos do que a União”, criticando os orçamentos secretos.
Questionado sobre sua candidatura à presidência em 2022, Lula afirmou que nada está oficializado ainda, mas que se esta for a vontade do partido, ele deve se lançar pela legenda no ano que vem.
Fonte: Infomoney