O Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso nesta quinta-feira (9) para pedir que sejam incluídos R$ 100 bilhões adicionais em gastos no projeto do Orçamento de 2022 e considerou R$ 415 como valor do benefício médio do Auxílio Brasil no ano que vem.
De acordo com a pasta, o ajuste é necessário em razão da promulgação de parte da PEC dos Precatórios nesta quarta e de uma projeção mais alta para a inflação deste ano.
Nos cálculos da Economia, a parte da PEC dos Precatórios que foi promulgada deve abrir espaço de R$ 62,2 bilhões no teto de gastos do ano que vem. Se o restante da proposta também for aprovado e entrar em vigor, a folga deve subir para R$ 106,1 bilhões.
O ofício assinado pelo ministro Paulo Guedes aponta que a correção pela inflação dos benefícios da Previdência, do seguro-desemprego, do abono salarial, entre outros, custará R$ 33,5 bilhões.
Outros R$ 5,5 bilhões serão necessários para cobrir outros gastos obrigatórios, como salários de servidores, ajustes no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e subsídios a fundos constitucionais.
Como os gastos são obrigatórios – ou seja, não podem ser cortados –, o ministério avalia ser “prudencial” que sejam incluídos no Orçamento antes da aprovação.
“A sugestão de alteração refere-se a despesas obrigatórias que inevitavelmente deverão ser arcadas para o próximo ano”, afirma Guedes no documento.
Ainda, o ministro avalia que a promulgação parcial da PEC dos Precatórios “permite a adequação do PLOA 2022 majoritariamente às despesas obrigatórias ajustadas”.
O ofício enviado ao Congresso afirma que a ampliação do Auxílio Brasil no ano que vem exigirá mais R$ 54,6 bilhões do Orçamento. Em 2022, o governo promete elevar o benefício para R$ 400 e ampliar o público do programa de 14,5 milhões de famílias para 17 milhões de famílias.
Porém, a nota técnica que fundamentou o ofício considera R$ 415 como valor do benefício médio do Auxílio Brasil. De acordo com o documento, as estimativas da Economia foram confirmadas pelo Ministério da Cidadania.
Por fim, o ofício também afirma que serão necessários mais R$ 4,5 bilhões para a compra e a distribuição de vacinas e outro R$ 1,9 bilhão para cobrir o vale-gás, que será pago a cada dois meses no valor equivalente a 50% do preço médio nacional do botijão de gás de 13 kg.
O decreto que regulamenta o programa não define quando o benefício começa a ser pago, mas estabelece que o programa terá duração de 5 anos.
De acordo com um integrante da equipe econômica, o custeio das vacinas e do vale-gás não são considerados gastos obrigatórios e sim discricionários – isto é, fazem parte dos gastos livres do Poder Executivo.
O ofício, entretanto, não incluiu obrigações que decorrem de eventuais reestimativas das receitas públicas, como a compensação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que o Tesouro Nacional precisa custear em razão da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos e repasses ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Porém, a nota técnica que baseia o documento alerta que o texto final a ser aprovado pelo Congresso deverá prever os ajustes.
Fonte: g1