A carta à nação que foi publicada na tarde desta quinta-feira (9) pelo presidente Jair Bolsonaro só foi divulgada depois de telefonemas entre o presidente e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, por intermédio do ex-presidente Michel Temer, líder do MDB.
Um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) foi enviado na manhã desta quinta para buscar Temer em São Paulo para a reunião com Bolsonaro. O encontro foi pedido pelo próprio Bolsonaro –começou às 11h e terminou por volta das 16h, com pausa para almoço.
Durante a reunião, o presidente falou mais de uma vez, por telefone, com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, duramente criticado por Bolsonaro nos atos de 7 de setembro e chamado de “canalha”. Temer foi o responsável pela indicação de Moraes no STF.
No intervalo, Temer ainda conversou com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), apoiador de Bolsonaro.
Temer e o presidente já vinham se falando nos últimos dias depois de o ex-presidente prontificar com o STF a fazer uma ponte com Bolsonaro. Com boa relação com o antigo mandatário do Planalto, o presidente resolveu se aconselhar com Temer após a forte reação negativa de políticos e até mesmo de alguns empresários após as manifestações de 7 de setembro por todo o Brasil.
A conversa de Moraes com Bolsonaro ocorreu depois que o ministro autorizou o ex-presidente a negociar um encontro. À época, o ministro afirmou que não tinha interesse em manter o clima de tensão entre os Poderes e reconheceu que o Bolsonaro tem o direito de apresentar o pedido de impeachment contra ele.
Carta à nação
Depois da reunião, presidente Jair Bolsonaro publicou a nota oficial no Diário Oficial para tentar amenizar a crise entre os poderes e as críticas e acusações de apoio a pautas antidemocráticas, principalmente após os discursos feitos no 7 de setembro.
O manifesto tem 10 pontos e foi produzido a quatro mãos durante o encontro com Temer. Dentre eles, disse que “não tinha a intenção de atacar nenhum dos outros poderes”, e que não tem “direito de esticar a corda” no que ele pontua como conflitos pelas decisões ministro do STF Alexandre de Moraes, mas pregou respeito às instituições.
Fonte: Band News
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