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Covid: 1,8 milhão de testes vencidos seguem encalhados sem previsão de troca

 

Mais de três meses após expirarem, cerca de 1,8 milhão de testes RT-qPCR para Covid-19 seguem encalhados no almoxarifado central do Ministério da Saúde, conforme apurou o Metrópoles. Desde então, tanto a pasta quanto o laboratório que produziu os exames, mesmo procurados diversas vezes, não dão qualquer sinal de quando a troca será efetuada, como rege a legislação.

Nesse meio tempo, inclusive, houve mudanças no discurso do governo federal. Inicialmente, o ministério admitiu que os testes ultrapassaram a data de vigência; agora, porém, a pasta contesta essa informação e alega que os exames foram bloqueados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

Esses testes são os mesmos que tiveram o prazo de validade prorrogado em novembro do ano passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas, mesmo assim, o governo federal os deixou vencer, conforme revelou o Metrópoles em maio deste ano.

Os exames foram comprados em abril do ano passado, por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No total, foram adquiridos 10 milhões de exames, pelo custo unitário de R$ 42,32. Isso significa que, além de os brasileiros não terem tido acessos aos exames, o desperdício pode chegar a R$ 77,3 milhões. O Ministério da Saúde nega, contudo, prejuízo à administração pública.

Dias antes, em 18 de maio, a pasta já havia mencionado a indisponibilidade dos exames. “[Os testes] que estão fora do prazo de validade serão substituídos pelo fornecedor, sem custo”, informou a pasta. Procurada à época, a empresa Seegene Brazil, que produziu os exames, anunciou que iria “doar” 2 milhões de unidades do insumo ao Brasil.

Segundo a Seegene, os testes que seriam doados já estavam disponíveis na Coreia do Sul, onde fica a sede da empresa, e o embarque dependia “apenas de procedimentos burocráticos que devem estar concluídos nos próximos dias”.

Com informações Metrópoles.
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