A gari Ketlly Cristina da Silva, de 25 anos, que concluiu o curso de direito após enfrentar muitos obstáculos, foi convidada para trabalhar na Procuradoria Geral de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, exercendo função compatível com sua formação acadêmica.
Além da vaga ofertada na Procuradoria Geral do Município, vários escritórios de advocacia manifestaram o desejo de contratar Ketlly Cristina.
Nesta quarta-feira (18), ela participa de uma live com a mediação de professores de direito do Rio de Janeiro.
Ketlly trabalhava como agente de limpeza, ou gari, após passar em um concurso realizado no município.
Sem dinheiro para custear o transporte até a faculdade, ela conta que ia todas as noites de bicicleta, andando mais de 10 km diariamente.
Segundo Ketlly Cristina da Silva, ela recebe mensalmente um salário-mínimo. O marido está desempregado e eles têm um filho de 9 meses.
“Eu trabalhava durante o dia e, à noite, ia para a faculdade. Como não tinha dinheiro para pagar o ônibus, ia de bicicleta mesmo. Quando voltava para casa, ainda ia estudar e fazer os trabalhos que os professores pediam”, disse Ketlly.
Ela conta que antes de passar em um concurso do município para o cargo de gari, trabalhava como vigia de uma escola de manhã e, durante a tarde, ia para as ruas vender “cremosinho”.
“Quando eu comecei a faculdade, paga com financiamento estudantil, eu queria um trabalho que me desse estabilidade. Quando vi que ia ter concurso para gari, eu fiz a inscrição e, apesar de todo mundo falar que eu não passaria, consegui a classificação”, conta.
Ketlly disse que fez sua inscrição para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e crê que vai conseguir mais essa vitória.
“Eu fiz a inscrição e tenho fé que vou conseguir. Depois disso, claro que não tenho condições ainda de abrir um escritório, mas vou procurar clientes e, assim que tiver dinheiro, vou construir meu escritório”, afirma ela.
Com informações G1.