Por Renato Cunha Lima
Tem algo muito estranho com o Brasil.
Quem defende o fique em casa, resolveu aglomerar na rua em protesto contra um presidente, que é chamado por eles de genocida por aglomerar com seus apoiadores.
Também não entendo como o STF tem um ministro acusado de vender sentenças participando do julgamento da delação que o acusa.
Assim como é bizarro assistir todo tipo de campeonato de futebol, Estaduais, Copa do Brasil, Brasileirão, Libertadores, Sul-americana, Copa do Nordeste e ver todo esse chilique por conta da Copa América no Brasil.
Louco demais assistir comentaristas de futebol criticando a futebol, como quem cospe no prato que come. Surreal, também, a cobrança dessa gente para que jogadores se posicionem contra o sonho de representarem, “vacinados”, suas seleções.
Está cada dia mais complicado manter a sanidade mental, quando a governadora do Rio Grande do Norte alega que não há condições epidemiológicas de sediar jogos da Copa América, mesmo com todos os jogadores vacinados e sem público nos estádios.
Ainda mais, quando a mesma governadora resolve patrocinar, em mais de 3 milhões reais, o evento de largada do Rally dos Sertões que abrigará mais de 5 mil pessoas, sem de longe o mesmo cuidado da Conmebol com a Copa América.
A situação está tão esquisita que médico agora é criminalizado por medicar paciente e quem entende de medicina é jornalista, promotor, juiz e político.
Não para por aí, temos uma CPI do Covid presidida por um senador acusado de roubar dinheiro da saúde e um relator que tem uma ficha corrida de denúncias, inquéritos e investigações, que o coloca de fato como especialista em crimes.
As vezes acho que fui abduzido por um alienígena e que me jogaram noutro planeta com nome de terra, com uma trágica pandemia, onde a salvação é o retorno de um ladrão ao poder.
Tão louco isso, que a turma que crítica a Copa América no Brasil é a mesma que quer a volta do cara que defendeu a construção de estádios superfaturados e não hospitais, que hoje fazem falta a quem precisa de internação e UTI.
Esse esquizofrênico país é uma piada pronta, aqui os sindicatos dos trabalhadores brigam para não trabalhar e os professores lutam para não lecionar, mas tudo que parece coisa de hospício pode piorar.
O doido sou eu, que não aceito empreendedor multado por funcionar, trabalhar preso por trabalhar, enquanto ônibus segue lotado e mais pessoas pedem esmolas nas esquinas.
Por favor seu marciano, já estou arrancando os cabelos, agora o vilão é a polícia, o bandido é a vítima e o cidadão, o lascado de sempre. Está tudo invertido, não vejo a hora de voltar para casa, até para Marte estou aceitando.
Outro dia vi numa pesquisa eleitoral o humorista e apresentador Danilo Gentili com 4% das intenções de voto para presidente, o que me levou a pensar em outras pessoas abduzidas, até por não levarem a sério esse país.
Um lugar onde é um absurdo chamar o vírus de chinês, mas vale dizer que a variante é nacional, africana, inglesa e agora indiana, mas antes que eu viaje mais na maionese, vou parando por aqui com a piada do Papa argentino:
“O brasileiro bebe muita cachaça e ora pouco.” Só pode!