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Bolsonaro diz que Forças Armadas não cumpririam ordens absurdas

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O presidente Jair Bolsonaro durante a cerimônia que marca os mil dias de governo no Palácio do Planalto Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 27, durante evento da Caixa Econômica Federal, que as Forças Armadas não cumprem ordens absurdas. “Se eu der ordens absurdas, vão cumprir? Não. Nem a mim, nem a governo nenhum. As Forças Armadas têm de ser tratadas com respeito”, disse o chefe do Executivo na abertura das comemorações dos 1000 dias de seu governo.

O presidente não citou nenhum fato específico da atuação dos militares em seu governo, mas já foi acusado no tentar fazer uso político das Forças Armadas, a exemplo do desfile de blindados que cruzou a capital federal no mesmo dia em que a Câmara se preparava para votar (e rejeitar) a adoção do voto impresso. A declaração de Bolsonaro nesta segunda remete a este e outros episódios em que a disposição das Forças Armadas embarcarem numa eventual ruptura democrática foi questionada. Como revelou o Estadão/Broadcast, ainda em julho, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, mandou recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por meio de um interlocutor, de que não haveria eleições em 2022 sem o voto impresso. A proposta acabou rejeitada em agosto.

Ainda durante o discurso no evento da Caixa, que marcou a abertura da agenda de eventos dos mil dias de governo, Bolsonaro voltou a dizer que não gostaria de ver a gasolina e o dólar nos níveis atuais, mas ressaltou que não resolve tudo sozinho e que o cenário ainda pode piorar. “Alguém acha que eu não queria gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é a realidade”, afirmou Bolsonaro. “Tem um ditado que diz ‘nada está tão ruim que não possa piorar’. Não queremos isso.”

Corrupção
Com o governo bombardeado por denúncias de irregularidades, envolvendo, principalmente, as compras de vacinas contra a covid-19, o presidente recuou do discurso adotado na abertura da 76ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) e admitiu que a corrupção não acabou no seu governo. “Eliminou-se a corrupção? Obviamente que não. Podem acontecer problemas em alguns ministérios? Podem, mas não será da vontade nossa”, disse Bolsonaro.

Na última terça-feira, na ONU, o chefe do Executivo argumentou que o Brasil estava há dois anos e oito meses “sem qualquer caso concreto de corrupção” – o que, aliás, o Estadão demonstrou estar entre várias mentiras e falsidades do presidente no discurso.

“Nós vamos buscar maneiras de, obviamente, apurar o caso (de corrupção) e tomar providências cabíveis com outros poderes sobre aquele possível ato irregular. Mas diminuiu muito a corrupção no Brasil, muito”, declarou Bolsonaro hoje.

“As pressões no passado eram enormes, em governos anteriores. Hoje existem (pressões)? Existem, mas bem menores”, acrescentou, dizendo, ainda, em tom positivo, que há hoje um ministério “cada vez mais casando com o Legislativo”. Bolsonaro não esclareceu, contudo, a qual pasta se referia e também ignorou as dificuldades do Executivo na articulação com o Congresso. Um dos mais claros exemplos da atualidade é a resistência do Senado em votar a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A bandeira do combate à corrupção foi um dos pilares da campanha do atual presidente nas eleições de 2018. Em seu primeiro discurso na ONU após ser eleito, em 2019, Bolsonaro chegou a citar que a presença do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, seu então ministro da Justiça, era a garantia de que seu governo priorizaria o tema. Moro, porém, foi demitido e acusou o presidente de tentar influenciar na atuação da Polícia Federal para favorecer seus filhos.

Há ao menos dois casos de suspeita de corrupção em investigação no governo Bolsonaro. Em maio, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão que envolveram o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, e a cúpula do órgão ambiental por suspeitas de corrupção e favorecimento do contrabando de produtos ambientais. A suspeita é que os agentes públicos atuaram de forma a fragilizar a fiscalização e para permitir contrabando de madeira extraída de forma ilegal.

O Ministério Público Federal e a PF também investigam suspeitas de corrupção no contrato do Ministério da Saúde para comprar a vacina Covaxin, com intermediação da empresa Precisa Medicamentos. O País pagaria US$ 1,6 bilhão por 20 milhões de doses – US$ 15 por unidade, o maior valor entre todas as vacinas. A Covaxin nem sequer tem autorização da Anvisa para aplicação. O contrato foi suspenso pelo próprio governo federal após a revelação das suspeitas de corrupção.

A PF abriu inquérito em julho para saber se o presidente cometeu prevaricação – quando um agente público deixa de cumprir com suas obrigações – após ser informado de suspeitas envolvendo o contrato pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde. Na ocasião, segundo o parlamentar, o presidente disse que iria pedir uma investigação sobre o caso, mas não levou a denúncia aos órgãos de investigação.

Fonte: Estadão


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