A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira (30) a convocação dos médicos George Joppert e Andressa Joppert, apontados como membros do grupo que denunciou irregularidades da operadora de planos de saúde Prevent Senior.
Ao todo, 12 profissionais ajudaram a advogada Bruna Morato a elaborar um dossiê de mais de 10 mil páginas contendo acusações de que a operadora obrigava médicos a receitar o chamado “Kit Covid”, composto por medicamentos sem eficácia para o coronavírus.
O grupo de médicos diz ainda que a Prevent Senior ocultou mortes decorrentes de um estudo no qual esses medicamentos ineficazes foram usados. A empresa contesta as acusações.
A audiência dos médicos é considerada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o “fechamento” das investigações sobre a Prevent Senior. A dupla deve ser ouvida na próxima semana, em dia a ser definido.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que as apurações sobre o plano de saúde não precisam de complementação, mas, “se vier um médico, melhor”. “A CPI já tem acervo suficiente para indiciar os responsáveis”, disse.
A comissão também aprovou nesta quinta-feira (30) a convocação de Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O órgão é responsável por fiscalizar a atuação de planos de saúde.
Atuação até junho de 2020
O requerimento de convocação dos médicos foi apresentado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), um dos principais defensores do governo na CPI.
Durante depoimento da advogada Bruna Morato, na última terça-feira (28), o senador questionou a credibilidade dela de tratar das acusações e defendeu que um dos acusadores falassem à comissão como testemunha.
Em depoimento à CPI, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, acusou o casal Joppert de manipular dados de uma planilha interna para tentar comprometer a operadora.
“Esses médicos, mesmo fora de todo o escopo de atenção, invadiram o sistema, acessaram esta planilha e, mesmo não tendo mais nenhuma responsabilidade em cima desse processo, adulteraram a planilha”, afirmou o diretor-executivo.
Os dois, contou Batista Júnior, trabalharam na Prevent Senior até junho de 2020.
Aos senadores, a advogada Bruna Morato rebateu as acusações, disse que nenhuma informação foi manipulada e que poderia encaminhar à comissão a tabela com os dados para que seja feita uma perícia.
Bruna, na comissão, não declarou o nome de quem eram os médicos que denunciaram a operadora.
“O que sustenta a minha denúncia não são os meus clientes, mas as provas, o conjunto probatório e o nexo de causalidade que me traz até aqui. Então, o maior sustentáculo dessas denúncias foram os documentos apresentados a esta CPI, independente de quaisquer que sejam os meus clientes, isso pouco influi na documentação apresentada”, disse.
Fonte: G1