Por Mycleison Costa
O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), lançou nesta segunda-feira (29) um relatório sobre a evolução da epidemia da Covid-19 no estado. No documento, entre outras recomendações, o laboratório sugere o retorno das aulas nas redes estadual e municipais de ensino, e afirma que a falta de acesso às aulas poderá “ampliar ainda mais a desigualdade social no RN”.
De acordo com o LAIS, “o Estado e todos os municípios precisam, urgentemente, discutir o retorno às aulas das escolas públicas, pois essas são as mais afetadas durante todo o curso da pandemia”. Os pesquisadores do laboratório também reforçam que os adolescentes de baixa renda já foram “bastante impactados” no último ano.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEEC), a pasta ainda não havia recebido as recomendações do LAIS. No entanto, afirmou que tem seguido todas as recomendações repassadas pelo Comitê Científico, que também conta com pesquisadores do laboratório. A SEEC também informou que o retorno às escolas ocorrerá “conforme melhora no quadro pandêmico no Rio Grande do Norte”.
As aulas presenciais da rede estadual de ensino estão suspensas desde o dia 17 de março de 2020, quando o Governo do Estado decidiu suspender, inicialmente, por 15 dias, para conter o avanço da Covid-19. Ao todo, 615 escolas estaduais seguem fechadas para os 217 mil estudantes atendidos pela rede.
Já a Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME) comunicou que os alunos matriculados na rede estão participando de aulas no formato remoto, bem como a pasta já possui um protocolo com diretrizes para o retorno do ensino presencial.
O documento da SME estabelece que os estudantes matriculados no Fundamental II – do 6º ao 9º ano – e no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) só poderão retornar presencialmente às aulas, em formato híbrido, quando a cidade do Natal alcançar taxa de transmissibilidade da Covid-19 menor do que 1, e porcentagem de ocupação de leitos críticos inferior a 80%.
No caso dos alunos do Ensino Fundamental I, a recomendação é que o retorno híbrido só aconteça com taxa de transmissibilidade inferior a 0.75 e ocupação de leitos menor que 80%. Já na Educação Infantil, o retorno as escolas só deve ocorrer com transmissibilidade e ocupação de leitos menor que 0.65 e 80%, respectivamente.
A capital potiguar possui 146 unidades de ensino, sendo 72 Escolas de Ensino Fundamental e 74 Centros Municipais de Educação Infantil. Ao todo, são 58.478 alunos matriculados na rede municipal que continuam sem uma previsão para retornar as suas escolas.