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“Fico surpreso e indignado”, diz Doria, sobre decisão do Ministério da Saúde

Governador de SP, João Doria (PSDB) durante visita a Sumaré, no interior de SP — Foto: Vaner Santos/EPTV

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou a decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação para adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades como um “equívoco” e “descabida”. Doria também reafirmou que o estado vai prosseguir com a imunização deste grupo.

Em um vídeo divulgado em seu perfil no Twitter, o tucano disse que, como pai de adolescentes, ficou “surpreso e indignado” com a mudança de orientação do ministério e ressaltou que não há razão científica para a medida: “Traz intranquilidade para milhões de pais em todo o Brasil”.

Confira o que disse o governador:

“Um equívoco do Ministério da Saúde determinar a suspensão da vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos. Nós não faremos esse equívoco em São Paulo. Aqui, nós vamos continuar a vacinação. Nosso Comitê Científico determinou que nós façamos a vacinação. Podemos e devemos. E assim faremos. Fico surpreso e indignado, como pai que sou de adolescentes, dessa orientação do Ministério da Saúde, descabida e que, ao mesmo tempo, traz intranquilidade para milhões de pais em todo o Brasil. Não há nenhuma razão concreta que a ciência determine e ampare para suspender a vacinação de jovens de 12 a 17 anos. Portanto, São Paulo vai seguir vacinando todos os jovens de 12 a 17 anos.”

Mais cedo, o governo do estado de São Paulo informou que orientou os municípios a manter a vacinação de adolescentes sem comorbidades após o Ministério da Saúde publicar, na noite desta quarta (15), uma nota técnica mudando a regra e orientando a suspensão.

A medida fez com que as cidades de Natal e Salvador suspendessem a aplicação nesse público. Já cidades como São Bernardo do Campo, Santos e a capital paulista seguem aplicando a vacina nesse grupo.

Em nota, o governo estadual lamentou a alteração e a considerou equivocada.

“A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.”

No texto, a gestão estadual ainda afirma ainda que não fará alterações no cronograma do Programa Estadual de Imunização.

“Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”.

Ainda de acordo com a pasta, a vacinação dos jovens de 12 a 17 anos começou em SP no dia 18 de agosto e já foram imunizadas cerca de 2,4 milhões de pessoas, ou seja, 72% deste público.

“Infelizmente, e mais uma vez, as diretrizes do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde chegaram com atraso e descompassadas com a realidade dos estados, que em sua maioria já estão com a vacinação em curso.”

OMS e ‘excesso de vacina’
No documento, o Ministério alega seguir uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que a vacinação desse grupo seja feita somente nos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech).

A nota, entretanto, usa de forma equivocada uma orientação da OMS. Em julho, quando foi anunciada a recomendação do uso de Pfizer para menores de 16 anos, a organização apenas sugeriu que os países priorizassem a população de risco no atual momento da pandemia. A orientação é pautada em um possível compartilhamento de vacinas entre países, de forma a ampliar a imunização mundial.

A mudança na regra por parte do governo federal ocorre horas após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmar, durante agenda para liberação de doses em São Paulo, que há “excesso de vacinas” no país.

Na segunda-feira (13), Queiroga defendeu que a campanha de vacinação no Brasil é um “sucesso” e que a reclamação por falta de doses é “narrativa”.

Ao menos seis estados enfrentaram falta de imunizante para a segunda dose. São Paulo chegou a acionar o STF alegando atraso na entrega de imunizantes.

Fonte: G1


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