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General Girão chama Omar Aziz de “moleque” após presidente da CPI criticar militares envolvidos em suspeita de corrupção

Deputado federal General Girão (PSL-RN) – Foto: Reprodução

O deputado federal General Girão (PSL-RN) repudiou nesta quinta-feira (8) declarações do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid-19 no Senado, que criticou na quarta (7) militares envolvidos em suspeita de corrupção durante as negociações de compra de vacinas contra o coronavírus.

Em pronunciamento durante sessão na Câmara dos Deputados, Girão afirmou que Omar Aziz age como “moleque” e defendeu que as Forças Armadas e o Ministério da Defesa reajam às falas do senador ingressando com representação na Justiça.

“Não podemos aceitar que um senador da República que deve à Justiça (…) tenha se dirigido de forma desrespeitosa às Forças Armadas. Queria pedir aos colegas deputados e senadores que demonstrassem o seu repúdio e a sua indignação com essa postura moleque. O senador demonstrou que é um moleque, que não merece o respeito de um senador da República. Ele se rebaixou ao nível mais sujo que pode ter no nosso país ao fazer essa difamação”, afirmou o deputado potiguar.

Para General Girão, o Ministério da Defesa deve ir à Justiça contra o senador pelas declarações contra membros das Forças Armadas. O deputado potiguar também argumentou que, em sua avaliação, a manutenção do regime democrático depende da atenção a “princípios de respeito”.

“Esses princípios começam entre nós, seres humanos, políticos, pessoas, cidadãos de uma maneira geral, mas, acima de tudo, esse princípio de respeito precisa acontecer com as instituições brasileiras. Eu preciso deixar clara a minha indignação”, enfatizou General Girão.

O que disse o senador

Durante reunião da CPI nesta quarta-feira, Omar Aziz lembrou casos de militares acusados de praticar irregularidades no governo e afirmou que, por causa dos acontecimentos, “os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que estão na mídia”.

O presidente da CPI da Covid-19 no Senado declarou que “fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre (das Forças Armadas) envolvido com falcatrua dentro do governo”. Na ocasião, a CPI ouvia o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias, acusado de cobrar propina para avançar com a compra de doses de vacina contra a Covid. Ele, que diz ter sido sargento da Aeronáutica, nega as acusações.

Reação

Horas após a declaração, o Ministério da Defesa e os comandantes de Aeronáutica, Exército e Marinha soltaram uma nota conjunta de repúdio. No texto, os comandantes destacam que Omar Aziz foi “leviano” com a fala.

“Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos”, afirma a nota.

Após a divulgação da nota, Omar Aziz disse no plenário do Senado que a fala foi “pontual” e que as Forças Armadas não devem intimidá-lo.

“Minha fala hoje foi pontual, não foi generalizada. E vou reafirmar o que eu disse lá na CPI. Pode fazer 50 notas contra mim, só não me intimida. Porque, quando estão me intimidando, vossa excelência não falou isso, estão intimidando esta Casa. Vossa excelência não se referiu à intimidação que foi feita”, disse Aziz ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

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