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Passa de 180 o número de mortos em atentado no aeroporto de Cabul

Soldado do Talibã monta guarda nesta sexta (27) no local dos dois atentados suicidas que mataram dezenas de pessoas, incluindo 13 soldados americanos, no aeroporto internacional de Cabul na quinta (26) — Foto: Wakil Kohsar/AFP

Mais de 180 pessoas morreram, incluindo 13 militares americanos, no atentado terrorista do Estado Islâmico do Khorasan no aeroporto internacional de Cabul, capital do Afeganistão, na quinta-feira (26).

As redes de televisão CBS e CNN e o jornal “The New York Times” dizem que 170 afegãos morreram e ao menos 200 ficaram feridos, citando autoridades de saúde.

A agência de notícias Associated Press (AP) afirma que 169 afegãos morreram, mas diz que a contagem pode mudar, pois ainda há muitos corpos desmembrados ou ainda não identificados.

O Pentágono afirmou nesta sexta que o ataque foi executado por um único homem-bomba, ao contrário do informado ontem, de que tinham sido “ao menos” duas explosões.

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, afirmou que dois cidadãos britânicos e o filho de um cidadão britânico foram mortos no ataque.

Possibilidade de novo ataque

As forças de segurança americanas estão em alerta para a possibilidade de mais ataques nesta sexta (27) e estão compartilhando informações com o Talibã nos postos de controle do aeroporto.
A informação foi dada pelo general Kenneth “Frank” McKenzie, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, órgão responsável pelas operações militares no Oriente Médio, inclusive o Afeganistão.

Apesar do atentado e do novo alerta, os voos de retirada de estrangeiros e afegãos não pararam ontem e continuam hoje (veja no vídeo abaixo). Cerca de 12,5 mil pessoas foram evacuadas na quinta, elevando o total para 105 mil, segundo a Casa Branca.

Uma explosão, não duas

A explosão ocorreu perto do portão Abadia, onde a segurança é feita pelos EUA, e o ataque foi assumido pelo braço afegão do Estado Islâmico (EI-K), um grupo extremista rival do Talibã.

As informações até o momento são que um homem-bomba e homens armados atacaram afegãos que se aglomeravam no portão e também soldados americanos que faziam a triagem de evacuação.

Inicialmente, o Pentágono informou que tinham sido “ao menos” duas explosões no local, mas nesta sexta corrigiu a informação e disse que o ataque foi executado por um único homem-bomba.
“Posso confirmar para vocês que não acreditamos que tenha ocorrido uma segunda explosão no hotel Baron ou próximo a ele, que tenha sido um homem-bomba”, afirmou o general William Taylor. Ele disse também que os americanos feridos no ataque foram transferidos para a Alemanha.

Talibã condena o ataque

O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, condenou o atentado, afirmando que “o Emirado Islâmico [do Afeganistão] condena veementemente o bombardeio de civis no aeroporto de Cabul, ocorrido em uma área onde as forças dos EUA são responsáveis pela segurança”.

O Estado Islâmico-Khorasan (EI-K) é mais radical do que o Talibã e criticou o acordo de paz assinado com os EUA que resultou na retirada estrangeira do Afeganistão.

O presidente americano, Joe Biden, disse que não vai perdoar o ataque e vai caçar os responsáveis. “Não vamos perdoar. Não vamos esquecer. Vamos caçá-los para fazer vocês pagarem”, afirmou Biden, ressaltando que “esses terroristas do Estado Islâmico não vão ganhar”.

Mais de 100 mil pessoas evacuadas

O aeroporto internacional Hamid Karzai é a única porta de saída para milhares de estrangeiros e afegãos que tentam, desesperados, deixar o país nos voos de retirada dos países ocidentais.

Cerca de 12,5 mil pessoas foram evacuadas na quinta, mesmo com o atentado, elevando para 105 mil o número de retirados do Afeganistão desde o dia 14, na véspera de o Talibã tomar a capital Cabul e voltar a poder após 20 anos.

Segundo o jornal “The New York Times”, ao menos 250 mil afegãos que trabalharam para os EUA ainda não foram retirados do país — e o atual ritmo de evacuação não é suficiente para retirar todo mundo até terça-feira (31).

A data limite foi estipulada pelo presidente americano, Joe Biden, no começo de julho, que recusou os pedidos de aliados para adiar a saída definitiva do Afeganistão. O Talibã já disse, reiteradas vezes, que não aceita a prorrogação do prazo.

Fonte: G1


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