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Pastor psicólogo é denunciado por estupro de menina de 11 anos com transtorno mental

Pastor e psicólogo Antonio Carlos de Jesus Silva, de 51 anos. Foto: Reprodução

O pastor e psicólogo Antonio Carlos de Jesus Silva, de 51 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por estupro de vulnerável. O líder religioso é acusado de estuprar uma criança de 11 anos, com transtorno mental. O abuso teria ocorrido entre novembro do ano passado e abril deste ano.

Antonio Carlos é dono da Primeira Igreja Batista em Vila Kennedy (PIBVK), em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. O templo tem cerca de 40 anos de existência, segundo informações da Receita Federal.

Os supostos crimes teriam sido cometidos na igreja e no consultório de psicologia dele, no Real Shopping, também em Bangu.

Segundo a promotora de Justiça Elisa Fraga de Rego Monteiro, o acusado se aproveitou do fato de ser pastor da igreja que a vítima frequenta e da profissão como psicólogo para abusar da criança.

A vítima narrou que os crimes ocorriam quando ela ficava sozinha com Antonio Carlos, seja durante as sessões semanais de terapia, seja na igreja.

“O denunciado, com vontade livre e consciente, visando à satisfação de sua lascívia, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal, com a vítima […], que, à época dos fatos, contava com apenas 11 anos, consistentes em se esfregar contra o corpo da vítima por trás, beijar-lhe o pescoço, acariciar os seios da criança, além de colocá-la sobre seu colo”, detalha o Ministério Público.

A ação penal tramita na 2ª Vara Criminal Regional de Bangu em segredo de Justiça. O Metrópoles, no entanto, teve acesso à denúncia do MPRJ, apresentada em maio deste ano.

O advogado Carlos Nicodemos, do escritório Nicodemos & Nederstigt Advogados Associados, que defende a menina, explicou que a família resolveu denunciar o pastor após a igreja não tomar uma atitude quanto aos episódios.

Mesmo ciente dos fatos, a Igreja Batista decidiu manter Antonio Carlos realizando cultos normalmente, segundo o advogado da vítima.

“A família tem uma participação muito ativa na igreja e, vendo que havia um silêncio institucional – ninguém tomava uma atitude em relação a esse episódio trágico, com várias sequelas para a criança, como traumas psicológicos –, resolveu procurar a Justiça para poder ter uma reparação nos campos criminal e cível”, explicou ao Metrópoles.

Em agosto deste ano, Nicodemos enviou uma notificação extrajudicial à Igreja Batista em busca de um apoio psicológico e psiquiátrico para a vítima, mas a instituição não se manifestou.

O Metrópoles tentou contatar o pastor Antonio Carlos e a igreja dele, desde a tarde de quinta-feira (16), mas não teve sucesso. Uma fiel da PIBVK garantiu ter enviado o contato da reportagem para o pastor, mas ele não retornou. O espaço segue aberto, caso a defesa do acusado deseje se manifestar. Esta matéria será atualizada assim que isso ocorrer.

O perfil da PIBVK no Facebook postou a seguinte nota após a divulgação da reportagem sobre o caso: “Em face das publicações envolvendo o nome da Primeira Igreja Batista em Vila Kennedy, declaramos que: ‘A Igreja repudia qualquer tipo de crime e aguarda que a Justiça apure o ocorrido analisando os fatos e provas apresentadas’.”

Fonte: Metrópoles 


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