O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB-RN), Aldo Medeiros Filho, avaliou nesta terça-feira (13) que é “muito cedo” para que a entidade discuta a proposição de um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Para o advogado potiguar, não houve ainda, durante a atual gestão, a prática de crime de responsabilidade que motive um afastamento do presidente da República pelo Congresso Nacional.
“Não tem por que a OAB se antecipar nesse discurso. Eu entendo que impeachment não é o Senado que faz. É o povo que chega um momento, não quer mais e tira. Não vejo, não enxergo essa situação. Aqui no Rio Grande do Norte, nós debatemos esse assunto e chegamos à conclusão de que não há, ainda, crime de responsabilidade claramente demonstrado. O impeachment é uma situação tão traumática para uma república que eu entendo que é precipitado isso”, declarou o presidente da OAB-RN, ao programa “Repórter 98”, da 98 FM Natal.
No próximo dia 20 de julho, o Conselho Federal da OAB vai se reunir em caráter extraordinário para discutir se a entidade deve ou não formalizar um pedido de impeachment contra o presidente da República. O conselho recebeu uma análise jurídica que aponta para supostos crimes cometidos por Bolsonaro e indica elementos para que a OAB apresente pedido de impeachment por crime de responsabilidade.
O Rio Grande do Norte é representado no conselho pelos advogados Fernando Pinto, Artêmio Azevedo e Francisco Canindé Maia.
Aldo Medeiros analisa que a discussão sobre um possível impeachment de Bolsonaro só deveria ocorrer após a conclusão dos trabalhos da CPI instalada no Senado para apurar ações e omissões do governo durante a pandemia da Covid-19. “É muito cedo. Temos uma CPI que está apurando situações. Eu entendo que deveria se aguardar pelo menos o final da CPI”, declarou.