O agravamento da crise hídrica, a pior dos últimos 91 anos, vai pesar bastante no bolso do consumidor. Desde o dia 1º de setembro, entrou em vigor a nova “bandeira escassez hídrica”, que vai acrescentar uma taxa de R$ 14,20 na conta de luz de todos os consumidores, a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. O valor vai vigorar até 30 de abril de 2022.
A distribuidora de energia Enel disponibiliza um simulador de consumo elétrico para os Estados onde está presente: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. É possível calcular o quanto de energia é consumida em cada cômodo da casa ao inserir as informações dos aparelhos eletrônicos.
Assim, é possível descobrir quem são os “vilões” nesta época de crise de energia e fazer a gestão de cada aparelho de acordo com a rotina de cada casa. Por exemplo, ao simular o uso diário de uma televisão, um aparelho de ar-condicionado e a lâmpada ligada por 5 horas, descobre-se que, desses três, o que mais consome energia é o ar-condicionado.
O cálculo do simulador também é feito levando em conta o perfil de consumo de cada família na hora de dar o resultado, já que a cobrança de impostos pode variar. “Em São Paulo, por exemplo, um cliente que consome até 90 kWh por mês é isento de ICMS. Mas se consumir entre 90 kWh e 200 kWh/mês, ele paga 18% de ICMS. Já se consumir acima de 200 kWh/mês, ele paga 25% de ICMS”, explicou André Oswaldo dos Santos, diretor de Mercado da Enel Distribuição São Paulo.
Os vilões da conta de luz
Eletrodomésticos como o ar-condicionado e o chuveiro elétrico são alguns dos que mais consomem eletricidade*
Aparelho | Potência (em watts) | Tempo de uso por dia | Consumo no mês | Custo na conta de luz |
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Ar-condicionado | 1.980 W | 8h | 332,6 kWh | |
Chuveiro elétrico | 5.500 W | 1h | 165 kWh | |
Geladeira duplex com freezer | 250 W | 24h | 117 kWh | |
Máquina de lavar roupa | 1.000 W | 3h | 90 kWh | |
Forno elétrico | 2.000 W | 1h | 60 kWh | |
Computador desktop | 300 W | 8h | 72 kWh | |
Decodificador de TV a cabo | 55 W | 24h | 39,6 kWh | |
Ferro de passar roupa | 1.000 W | 1h | 30 kWh | |
Micro-ondas | 1.000 W | 1h | 30 kWh | |
Lâmpada incandescente | 68 W | 8h | 16,3 kWh | |
Cafeteira | 800 W | 20min | 8 kWh | |
Lâmpada fluorescente | 32 W | 8h | 7,7 kWh | |
TV LED 32 polegadas | 48 W | 4h | 5,8 kWh | |
Videogame PlayStation 4 | 250 W | 30min | 3,7 kWh | |
Lâmpada LED | 10 W | 8h | 2,4 kWh | |
Lâmpada LED | 7 W | 8h | 1,7 kWh | |
Carregador de celular | 5 W | 4h | 0,6 kWh |
Reduzir o consumo é importante, pois mesmo com a energia mais cara, a demanda não deverá parar de crescer. Em julho, o consumo de eletricidade no Brasil bateu recorde, atingindo 39.950 gigawatts/hora (GWh), alta de 5,7% contra igual mês do ano passado. O número é em grande parte resultado do processo de retomada da economia, após o afrouxamento das restrições contra a covid-19.
Quem quiser aliviar um pouco o preço, pode tentar se enquadrar nas regras do programa de economia voluntária anunciado pelo governo, que vale para empresas e consumidores residenciais. Apesar do bônus ser pequeno – de R$ 0,50 a cada 1 kWh consumido para quem poupar de 10% a 20% do valor da conta -, tentar diminuir o consumo é uma boa opção não apenas para o bolso mas também para o sistema energético do País.
Em julho, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que poderá haver um “esgotamento” de praticamente todos os recursos energéticos em novembro, no fim do período sem chuvas. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, também reforçou com a população a importância da redução do consumo. Veja, logo abaixo, algumas dicas de como otimizar o uso de aparelhos:
Veja o que fazer para economizar energia em casa:
Confira algumas dicas simples para reduzir o consumo e baixar a conta de luz
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Chuveiro elétrico:
O chuveiro é um dos maiores vilões da conta de luz. Segundo a Enel, os modelos mais populares têm potência de cerca de 5.500W – nesse cenário, um banho de 15 minutos por dia, para uma família de quatro pessoas, pode elevar em R$ 100 a conta de luz. Se reduzido para a temperatura ‘morno’ ou ‘verão’, a economia poderá ser de 30%, ou seja, R$ 30.
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Aquecedores e ar-condicionado:
Aquecer a casa no frio pode ter um custo alto: a depender da utilização, o gasto com o aparelho poderá ser responsável por 1/3 do valor da conta. A indicação da Enel é desligar aquecedores e ar-condicionado sempre que o ambiente estiver vazio. Evitar usar por períodos muito longos também é uma boa opção.
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Aparelhos em modo stand-by:
Aqui não se trata apenas de um aparelho, mas de um conjunto de ‘pequenos vilões’. Televisões e computadores podem entrar em modo stand-by, o que acontece quando o aparelho já está conectado à tomada, esperando apenas o comando do botão ‘ligar’. Apesar da tela desligada, a Enel explica que o aparelho ainda estará consumindo energia. Sempre que possível, evite que isso aconteça.
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Máquinas de lavar e secar:
A recomendação da Enel é sempre utilizar as máquinas em sua capacidade máxima e se possível, uma vez por semana. Como os aparelhos que geram calor costumam ser os que mais consomem energia, é sempre bom considerar utilizar a opção de água aquecida das máquinas ou mesmo a função de secar somente quando realmente for necessário.
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TV e computador:
Desligue a televisão sempre que for dormir ou sair do cômodo por um longo período. No caso do computador, a Enel recomenda desligar o aparelho após duas horas de inatividade e o monitor, após 15 minutos sem utilizar.
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Carregador de celular, luzes e outros aparelhos:
Caso saia do ambiente, priorize desligar aparelhos e luzes. O mesmo vale para o carregador de celular: se não estiver utilizando, desconecte da tomada. Além disso, verificar as condições da rede elétrica interna, em busca de pontos de fuga de energia ou mesmo fios e cabos desencapados, também é importante para evitar o aumento da conta de luz.
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Trocar eletrodomésticos por modelos mais novos:
Apesar das dicas individuais, adotar alguns ‘mantras’ podem ajudar a otimizar a economia de energia. Se estiver pensando em trocar/comprar um aparelho novo, a Enel indica escolher aqueles de baixo consumo de energia, com o selo A do Procel, se possível. Se forem importados, o selo de eficiência será o Energy Star.
Fonte: Estadão
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