O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), pediu a prisão do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten por tentativa de embaraço às investigações. O senador acusa Wajngarten de mentir à CPI da pandemia, onde o depoimento é dado sob a obrigação de dizer a verdade. Nesta quarta-feira (12), Wajngarten evitou responder aos questionamentos dos senadores.
Nas declarações do ex-funcionário do Planalto, ele apresentou contradições com o que disse em entrevista à revista Veja no final de abril. A revista divulgou na tarde desta quarta o áudio da entrevista em que o ex-secretário fala em incompetência ao comentar as dificuldades do Ministério da Saúde em fazer avançar o processo de compra das vacinas da Pfizer.
“Vossa excelência mais uma vez mente. Mentiu diante dos áudios publicados, mentiu em relação à entrevista que concedeu. Mas esse é o primeiro caso de alguém que, em desprestígio da verdade, mente. O presidente pode até decidir diferentemente. Mas eu vou, diante do flagrante evidente, pedir a prisão de vossa senhora”, disse Renan.
Wajngarten foi questionado várias vezes por Renan Calheiros sobre o atraso da aquisição das vacinas da Pfizer e sobre um gabinete paralelo de aconselhamento a Bolsonaro sobre a pandemia. O ex-secretário foi advertido que mentir em uma CPI na condição de testemunha configura como crime.
“O que eu quis dizer na entrevista é justamente sobre as três cláusulas que eram impeditivas. Eu desconheço quem tenha orientado. O fato é que a gente buscava sempre acelerar a celebração do contrato da Pfizer para que a melhor vacina chegasse aos brasileiros. Infelizmente havia uma lacuna legal”, disse o ex-chefe da Secom.
Na entrevista publicada pela Veja, o ex-secretário comentou as negociações entre o Ministério da Saúde e a Pfizer. “Incompetência e ineficiência. Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é isso que acontece”, disse na ocasião. E completou: “Estou me referindo à equipe que gerenciava o Ministério da Saúde nesse período”.
*Com informações do O Antagonista e Estadão