O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, defendeu nesta quarta-feira (14) que a Petrobras mude a política de preços que liga o valor dos combustíveis nas refinarias ao preço do petróleo no mercado internacional e à oscilação na cotação do dólar no Brasil.
Segundo Rogério, a medida é necessária para reduzir o impacto da inflação no preço dos combustíveis sobre o bolso do consumidor.
Em entrevista à rádio 96 FM Natal, o ministro declarou que a estratégia da Petrobras precisa de “correções” para diminuir o que classificou de “sofrimento” da população com o preço da gasolina, diesel e outros produtos à base de petróleo.
Rogério Marinho disse que a atual política de preços, adotada em 2016, durante o governo do presidente Michel Temer, foi necessária para que a Petrobras resgatasse a credibilidade após a Operação Lava Jato, mas que hoje é prejudicial.
“O governo precisa repensar a política de preços em relação à Petrobras, que foi importante em um momento, e não é mais. Quando a Petrobras foi assaltada pelo Partido dos Trabalhadores e por seus comandados, quando houve aquele assalto aos cofres públicos, houve uma necessidade, e o Temer fez isso, de estabelecer uma paridade internacional para resgatar a credibilidade da empresa. Nesse momento, não”, afirmou Rogério.
O ministro do Desenvolvimento Regional disse que a política beneficia apenas os acionistas da empresa. “Como está pagando e prospectando o barril de petróleo por 20 dólares, mas vendendo por 78? Os acionistas estão muito bem, obrigado, mas a população não. O presidente tem essa sensibilidade”, enfatizou.
Além de defender mudanças na Petrobras, o ministro Rogério Marinho defendeu, ainda, mudanças em outros aspectos da política econômica do governo. Desafeto do ministro Paulo Guedes (Economia), o ministro do Desenvolvimento Regional destacou que, apesar de o País bater recordes de produção de alimentos, o consumidor sofre os impactos da inflação.
“O Brasil é o segundo maior produtor de alimentos do mundo. Temos ‘superssafras’, mas esse excesso não está chegando nas gôndolas, porque o mundo está comprando do Brasil. É necessário fazer políticas de compensação, melhorar Bolsa Família, permitir que compre um gás mais barato…”, complementou.
Em mais um episódio de atrito público com o ministro da Economia, Rogério Marinho acrescentou: “É necessário correções, mas elas serão feitas. O presidente tem sensibilidade, espírito público e serve ao povo brasileiro. Trabalha de domingo a domingo, ao contrário de muitos que passaram por aí e se serviram do povo brasileiro”, concluiu.