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Terreno do Hotel Reis Magos ainda tem destino incerto após um ano da demolição

Por Lara Agra

Um ano após o início da demolição do antigo Hotel Reis Magos, localizado na Praia do Meio, ainda não existe um projeto para o local. O grupo proprietário do antigo imóvel, Hotéis Pernambuco S/A, alega que, devido a pandemia todas as execuções em andamento foram paralisadas e aguardam o fim da fase crítica para serem retomadas.

O hotel estava fechado desde 1995 e chegou a ser tombado provisoriamente a pedido do Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural e da Cidadania. Porém, a Prefeitura de Natal entendeu que não havia valor histórico e, portanto, motivo para o tombamento. Essa questão prosseguiu na Justiça até decisão definitiva, em dezembro de 2019, quando o desembargador Vivaldo Pinheiro, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), permitiu que a Prefeitura de Natal autorizasse a demolição das ruínas do edifício, caso o Poder Executivo Estadual não tomasse uma decisão sobre o tombamento do prédio.

O hotel

Foto: Reprodução Twitter

O Hotel Internacional Reis Magos foi construído em 1965, projetado por uma equipe de arquitetos pernambucanos, composta por Waldecy Pinto, Antônio Didier e Renato Torres, o prédio funcionou como hotel de luxo em Natal entre os anos de 1965 e 1995, quando foi desativado.

A luxuosa estrutura virou um símbolo do turismo local e foi considerado foi o primeiro grande empreendimento deste tipo em Natal. O prédio possuía 63 apartamentos, uma suíte presidencial, recepção, salões nobres, elevadores, parque aquático, sauna, playground, restaurante, salão de beleza, áreas de lazer, lojas de artesanato e serviço médico.

Várias entidades protestaram contra a demolição, inclusive o Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/RN e o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio Grande do Norte – SINARQ/RN, justificando a estrutura como patrimônio arquitetônico de Natal. O coletivo Rexiste Reis Magos, criado para lutar pela preservação e “renascimento” do Hotel, promoveu várias atividades em defesa da estrutura em ruínas.

Mesmo com toda a repercussão, a Fundação José Augusto e a Secretaria de Educação e Cultura do estado afirmaram
que não tinham condições de deliberar sobre o tombamento dentro do prazo de 15 dias concedido pela Justiça. Na manhã seguinte, a Prefeitura de Natal autorizou a demolição e a Hotéis Pernambuco iniciou imediatamente o processo.

Segundo o advogado que representa o grupo proprietário do terreno, Dr. José Pedroza, os projetos para a área ainda estão em fase de estudo ou validação e a “depender disso é que se pode falar sobre qual vocação principal terá a área”.

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