O Governo do RN reativou nesta quarta (09), a Feira do Centro Administrativo – Agricultura Familiar e Economia Solidária. As bancas funcionarão semanalmente neste dia, das 07h às 14h, no jardim central localizado em frente às secretarias estaduais de Planejamento e de Agricultura. A ação segue as medidas sanitárias que o momento requer – uso de máscara, higienização com álcool 70% e distanciamento social.
Para esta retomada, o Governo investiu R$ 46 mil, via Governo Cidadão com recursos de empréstimo junto ao Banco Mundial. Para Fernando Mineiro, secretário de Gestão de Projetos e Metas e coordenador do Projeto Governo Cidadão, “a feirinha é mais uma alternativa de espaço para venda de produtos da agricultura familiar, o que fortalece esse pilar tão importante da economia potiguar, colaborando para a geração de trabalho e renda no campo”.
A iniciativa ocorria desde 2019 e havia sido paralisada devido à pandemia. Agora volta com 16 novas barracas integradas ao projeto de reestruturação do Centro Administrativo. Os produtos oferecidos vêm de municípios de diversas regiões: Mossoró, São Tomé (hortaliças), Currais Novos (hortifruti orgânicos e biscoitos), Ceará-Mirim (tubérculos), Apodi, Severiano Melo e Serra do Mel (castanhas e arroz vermelho). Além dos itens tradicionais de hortifruti já comercializados, peças de artesanato do programa de Economia Solidária da Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social – Sethas foram agregadas a esta nova etapa da feira, aberta a toda a comunidade. Dentre os grupos participantes estão o Núcleo de Mulheres de Parnamirim e a Rede Xique-Xique.
Titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), Alexandre Lima enfatizou: “Esta feira é apenas uma das ações que resultam do fortalecimento da agricultura familiar por meio de projetos e de políticas públicas que se complementam para o setor aqui no Governo do Rio Grande do Norte”.
Benefício para quem vende e para quem compra
Participante da feira, Alcivan Rodrigues produz frutas como banana e goiaba, além de feijão macassar e milho em suas terras no distrito de Pedrinhas, em Caiçara do Norte. Produtor desde os tempos de criança, o agricultor familiar disse que “a feira é importante tanto para os produtores, porque elimina a figura do atravessador, aumentando a renda de quem produz, quanto para o consumidor, que compra um produto de maior qualidade por um preço mais baixo”.
A artesã Nelma Lúcia da Silva estava animada por possuir mais um espaço de atuação: “Uma feira como esta é importante não somente para a venda dos nossos produtos, mas também para mostrar o nosso lado social, os projetos e as associações dos quais fazemos parte”, destacou. Membro de um clube de mães do bairro de Mãe Luiza, em Natal, ela fez do trabalho manual de produção de peças decorativas e de utensílios domésticos a sua principal atividade profissional durante a pandemia. O item que mais vende são as máscaras em tecido.
A feira é viabilizada pela integração dos órgãos governamentais Governo Cidadão com as secretarias de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf) e do Trabalho, da Habitação e Assistência Social (Sethas), ao lado do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater – RN), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), União das Cooperativas do Estado do RN (Ocern), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do RN (Fetarn), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RN (Fetraf), Fórum Potiguar de Economia Solidária, Marcha Mundial das Mulheres e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Fortalecimento da agricultura familiar
O retorno da feira faz parte do pacote de investimentos do Governo do RN para promover o equilíbrio regional, focando, via agricultura familiar, na ampliação da segurança alimentar, no acesso à infraestrutura produtiva e nos mercados para estes agricultores e agricultoras. Neste sentido, o Poder Executivo estadual já soma, apenas via Governo Cidadão/Banco Mundial, a aplicação de R$ 93 milhões em projetos em execução ou já finalizados.
Pela Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE RN), por exemplo, estão em andamento 84 Projetos de Iniciativas e Negócios Sustentáveis (PINS) envolvendo organizações produtivas da agricultura familiar. Estas iniciativas englobam manipulação, processamento e/ou beneficiamento de produtos de arranjos produtivos locais prioritários como apicultura, cajucultura, fruticultura irrigada, leite e derivados e aquicultura (pesca), por meio do apoio financeiro de R$ 62 milhões e de assistência técnica às organizações da agricultura familiar.
Já pela Sethas as ações diversas de apoio financeiro e técnico aos Empreendimentos Econômicos Solidários e da Agricultura Familiar, incluem a execução de 40 subprojetos que vão desde serviços de confecção de roupas até minifábricas de beneficiamento de polpa de frutas, entre outras. O montante investido chega a R$ 11,4 milhões.
Outro exemplo é o de mais de 300 agricultores familiares que receberão nestes meses de dezembro e janeiro diversas capacitações na área de produção de alimentos, em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Estes produtores rurais são beneficiários de editais do Governo Cidadão, contemplados com a construção, aparelhagem e regularização sanitária de agroindústrias de beneficiamento de frutas e de leite.