Após concluir inquérito investigativo, a Polícia Civil não indiciou ninguém pela morte da vendedora Ana Carla Roque, que veio a óbito após ser deixada por seu namorado no hospital Deoclécio Marques, com um ferimento na cabeça e em outras regiões do corpo, em julho do ano passado. De acordo com o delegado Bruno Leonardo, titular da 25ª DP, as escoriações na vítima, entre outros indícios, convergem para a descrição da ocorrência colhida nas investigações, a qual aponta que a vítima caiu do veículo. O caso será submetido ao Poder Judiciário. As informações foram repassadas pela Polícia Civil para a 98 FM.
Ainda de acordo com o relato do delegado, o inquérito da Polícia Civil envolveu também a análise pericial de manchas de sangue presentes no veículo onde Ana Carla foi transportada. O resultado trazido pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) foi de que não haviam vestígios de agressão cometidas pelo investigado dentro do veículo. O laudo indicou traumatismo craniano encefálico com hemorragia como a causa da morte da vítima.
“Os peritos criminais informaram que não haviam sinais de despagimento (no carro). Recebemos a perícia necroscópica do Itep, e entre as lesões encontradas, foram constatadas escoriações pelo joelho, rosto da vítima, pernas e região escapular, o que é condizentes, aparentemente, com que o foi descrito sobre o acidente”.
Bruno Leonardo informou que os agentes analisaram imagens das câmeras de segurança no trajeto do suposto acidente, nos arredores do posto de saúde localizado na cidade de Nísia Floresta, onde Ana Carla Roque foi atendida inicialmente, antes de ser socorrida para o hospital Deoclécio Marques. O registro em vídeo realizado na unidade de Parnamirim também foi verificado. “Nas gravações da câmera de segurança do hospital, também foi possível perceber que o investigado, acompanhado da testemunha e da vítima, chegaram às 5h e, pelas gravações, o investigado deixou o local em definitivo por volta das 6h30”.
Apesar das imagens coletadas, o delegado salientou que não foi possível identificar câmeras ou testemunhas presentes no local em que o suposto acidente ocorreu. “Não foi possível identificar câmeras de vigilância precisamente no local onde supostamente teria acontecido a queda da vítima em via pública, ou testemunhas que tenham presenciado de fato o ocorrido, que possam confirmar ou desmentir a versão do investigado e do acompanhante no veículo. Com isso, o inquérito foi encerrado e submetido para apreciação do Poder Judiciário”, explicou.
Bruno Leonardo ressaltou que foram realizadas intimações e oitivas com diversas pessoas, inclusive a que estava presente no veículo com o investigado e a vítima. O namorado da vítima se apresentou à delegacia com um advogado, de forma espontânea, no dia seguinte ao fato.