Por Renato Cunha Lima
Entre a facada recebida por Bolsonaro nas eleições de 2018 e a pedrada na cabeça de um policial em um protesto contra o mesmo Bolsonaro, em julho de 2021, uma certeza: Agoniza a democracia brasileira.
A nossa frágil e trintona democracia nos trouxe até os dias malucos de hoje, onde protestos ordeiros, pacíficos, patrióticos são taxados de antidemocráticos e atentados a saúde pública, quando, por sua vez, o vandalismo, a violência, atos típicos de terroristas, são considerados aglomerações do bem e atos pela vida.
A inversão de valores é tão dantesca, que talvez nem a psicanálise de Sigmund Freud explique, mesmo que muita gente mereça um lugar num hospício, quando não na cadeia, diante do mau-caratismo de outros tantos.
O Brasil esquizofrênico tem hoje um “Presidente Genocida” que distribuiu mais de 130 milhões de doses de vacinas, colocando o país entre os três que mais vacinam no mundo.
Uma espécie de “ditador fascista” que não censura, não prende, não tortura e não persegue ninguém.
Um “corrupto”, que não roubou um só centavo em um governo de “ladrões”, que não desviou recursos e não pagou propina a ninguém.
Onde os paladinos da moralidade são os “probos”, “honestíssimos” senadores Omar Aziz e Renan Calheiros, o primeiro acusado de desviar mais de 200 milhões da saúde do Amazonas e o segundo recém indiciado pela suspeita de receber 1 milhão de reais de propina da Odebrecht.
No judiciário assistimos ministro do supremo censurando revista, prendendo jornalista e deputado federal por ofício, sem o pedido do ministério público e agora assistimos o mesmo e outros conversando e se reunindo com parlamentares na intenção de barrar a possibilidade de termos eleições mais confiáveis e auditáveis.
No mesmo STF testemunhamos os ministros sepultando a delação do Sérgio Cabral, que apontou para o ministro Dias Toffoli, com a acusação de vendas de sentenças, assim como, nos espantamos com a pressão para a PGR instaurar inquérito para apurar uma suposta prevaricação de Bolsonaro, sem que houvesse sequer a apresentação do crime prevaricado.
Com tudo isso a gente olha para 2022 e enxerga a opção oposta ao desbocado e grosseiro Bolsonaro, com a graça dos guardiões da Constituição, o Lula, ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado e todo poderoso do partido que saqueou o Brasil quando esteve no poder.
Só lembrando que a Lava Jato, acusada por jornalistas e setores do país de destruir a economia do Brasil, recuperou mais de 9 bilhões de reais roubados nos governos do PT.
Ainda tem os que falam em terceira via, uma fantasia nem nome, sem cara e sem projeto de país, um sonho de verão de quem sobrou na curva ou tem vergonha de dizer o que pensa e deseja, como FHC, que deixou a máscara cair quando abraçou Lula.
Ainda temos a imprensa, grande parte seletiva, militante, repleta de narrativas falsas e fatos deturpados, fazendo a montanha parir um rato a cada semana, ao tempo que “passam pano” para Lula, Renan Calheiros, Omar Aziz e qualquer um que se coloque contra o presidente e o governo.
Este é o ponto, a hipocrisia, a incoerência, a desonestidade intelectual e moral que faz a sujeira da oposição limpar os erros de Bolsonaro, suas verborragias, suas idiotices, suas grosserias e em tempo que falam de “rachadinhas”, quando não podemos esquecer das “rachadonas”, das crateras, dos abismos dos bilhões roubados no Brasil nos últimos 30 anos.
A atriz Juliana Paes falou no ideal de presidente, um estadista educado, probo, que conduzisse o país com equilíbrio e decência, mas não apontou o nome, que não existe e se existe não disse “oi”.
Nosso errático presidente é mais honesto, sincero e autêntico que qualquer outro personagem político da atualidade e seu governo, contra todo um sistema de poder corrupto e carcomido, segue avançando, com as reformas, privatizações, com um governo que olha para os mais pobres e que luta, briga e defende nossa liberdade.
Quer saber se o governo Bolsonaro anda bem ou mal no que realmente interessa para a população, olhe como anda a Argentina? O presidente Alberto Fernández fez tudo que a imprensa e os oposicionistas desejavam e olhem o resultado, economia destruída, hiperinflação, metade da população na pobreza e pandemia descontrolada.
E o final do caminho, para esse país conturbado, será, como sempre digo, uma escolha entre o mau comportamento de Bolsonaro e o mau-caratismo de Lula, com a convicção que comportamento é possível melhorar e caráter não.
Uma escolha ameaçada pela perda de credibilidade das instituições, com destaque que no próximo ano o ministro Alexandre de Morais será o presidente do TSE, quem confia? “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho…”