Na última sexta-feira 13, assistimos a mais um ato anti-democrático realizado por um dos ministros do STF, o Supremo Tribunal Federal. Já é segundo ato que violenta sensivelmente a democracia, extrapolando as funções do direito que cabem a um tribunal. Conhecida como “decisão de ofício”, onde o juiz invade as funções de acusador e instaura o inquérito ele próprio, já começa a parecer prática comum para Alexandre de Morais, quando a real intenção é perseguir quem opina contra os membros da corte. Anteriormente, no inquérito das “fake news”, que também está punindo jornalistas e um deputado por “crime de opinião”, o ministro indicado por Michel Temer atuou sob a mesma aberração jurídica, onde o ministro do supremo é, ao mesmo tempo, vítima, investigado e juiz.
Diante de tantas evidências, já ultrapassamos o ponto onde deveríamos levar mais a sério os que são rotulados de “teólogos da conspiração”, que há tempo acusam o STF de estar praticando uma ditadura judicial sob interesses ideológicos, partidários e internacionais. Acreditar na possibilidade real dos ministros do supremo estarem realmente fazendo parte de uma conspiração que visa impor a “democracia” dos iluminados, facilitando uma interferência de grupos de interesses externos, já deveria começar a ser levada em conta.
Afinal, qual lado parece pensar mais próximo da realidade atual: O que questiona os ministros e sua ações anticonstitucionais, que demonstram favorecer interesses particulares, ou o lado que aceita, bovinamente, as decisões, imposições e determinações dos ministros do STF e, as vezes, até vibra com elas? Vale lembrar que, por exemplo, as imposições sanitárias questionadas pelos mesmos “teólogos da conspiração”, determinadas por políticos e organizações supranacionais, também foram validadas e impostas por esse mesmo Supremo e sua “interpretação” das leis?
Ah, não tem nada a ver? Pois se não há dúvida sobre uma coisa, é a de que estas duas atitudes representam o real antagonismo entre os brasileiros diante da pandemia. Defender a liberdade e a democracia ou se submeter a determinações anti-científicas impostas pelos políticos e validadas pelos ditadores de toga. Por mais que imprensa, políticos e “cientistas” tentem atrelar isso a uma simples polarização partidária.
Não é coincidência. De um lado está liberdade, do outro, submissão.
Foto destaque Marcelo Camargo/Agência Brasil