A possível aliança entre o ex-governador Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem desagradado alguns setores da esquerda. O PSOL, que pela primeira vez desde a sua fundação cogita não ter candidato à Presidência da República para apoiar o petista, é um dos focos de resistência.
Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou anteontem que considera “descabido ter um sujeito como Alckmin compondo uma frente das esquerdas”. O PSOL foi fundado em 2004 por parlamentares que haviam sido expulsos do PT por votarem contra a reforma da Previdência no início do primeiro governo Lula.
O PSOL vem mantendo a disposição de endossar a candidatura de Lula mesmo com a resistência dos petistas em apoiar a candidatura do líder sem-teto Guilherme Boulos ao governo de São Paulo. Dentro da cúpula do partido, há resignação com a consolidação de um cenário em que Boulos enfrentaria o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) na disputa paulista de 2022.
O PSB, provável destino de Alckmin caso o ex-governador aceite ser vice de Lula, exige que Haddad deixe a disputa e o PT apoie o ex-governador Márcio França. Os petistas não cogitam essa hipótese.
A possibilidade de união dos partidos de esquerda em uma única chapa em São Paulo não é considerada por nenhum dos lados e não tem feito parte das conversas.
Fonte: O Globo