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André Mendonça confirma presença em evento organizado por advogado que tem ação no STF relatada pelo ministro

Ministro André Mendonça, do STF - Foto: Rosinei Coutinho / STF

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da ação que propõe a suspensão dos acordos de leniência da Lava Jato, dará uma palestra no próximo dia 7 em um evento promovido pelo instituto de Walfrido Warde, advogado que apresentou a ação ao Supremo. O evento debaterá lobby e acordos de leniência, exatamente o tema do caso.

Mendonça dará a palestra magna “10 anos da Lei Anticorrupção”, que dá nome ao seminário em São Paulo. Pouco antes, a abertura do evento será feita por Warde, presidente do Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). Autor da ação relatada por Mendonça, Warde é advogado da JBS, que se beneficiaria em uma eventual suspensão dos acordos. A empresa vem tentando baixar o valor e melhorar as condições de seu acordo de leniência.

O escritório de Warde representa PSol, Solidariedade e PC do B na ação no STF. Os partidos alegam que teria havido uma ação abusiva do Ministério Público Federal nos acordos pelo “punitivismo” do momento histórico da Lava Jato. Warde afirma que o alto valor dos acordos de leniência põe em risco a atividade das empresas, o que prejudicaria a economia do país.

O seminário terá integrantes do governo Lula, a exemplo do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e da secretária-executiva da Controladoria-Geral da União (CGU), Vânia Vieira. Além da palestra magna de Mendonça, o IREE promoverá apresentações sobre “integridade e responsabilidade social no ambiente empresarial”, “leniência e preservação da empresa”, e “lobby, transparência e corrupção”.

Este não será o primeiro encontro de Mendonça com pessoas interessadas na ação. Em junho, o ministro confraternizou com os donos da JBS, durante um evento em Lisboa.

Procurado, o IREE afirmou que o ministro André Mendonça não será remunerado pela palestra magna. O gabinete do ministro André Mendonça também afirmou que não será pago pela entidade.

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