Fonte: G1 RN
O Carnaval de Natal movimentou mais de R$ 71,5 milhões em 2019 – valor que representa um aumento de 16,42% em relação ao mesmo período do ano passado, quando circularam R$ 61,4 milhões na capital potiguar. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio da Fecomércio RN, que foi apresentada nesta segunda-feira (8).
Ao todo, quase 600 mil pessoas participaram das festividades, que tiveram investimento público de R$ 6 milhões. Pelo menos 21,6% dos espectadores eram turistas. De acordo com os dados da na pesquisa, cada folião local gastou em média R$ 68,56 por dia. Em 2018, o valor calculado tinha sido de R$ 65,17. Já os gastos individuais dos turistas foram estimados em R$ 120,64 em 2019, contra R$ 118,73 em 2018.
Este é o quinto ano consecutivo em que o IPDC da Fecomércio realiza a pesquisa. Os questionários foram aplicados em 800 foliões e 300 comerciantes, entre os dias 15 de fevereiro e 5 de março, nos seis polos onde houve programação, inclusive nas prévias.
Entre os nativos nas festas, 70,4% eram natalenses. Os demais norte-riograndenses que participaram da festa vieram de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Mossoró, Macaíba, Monte Alegre, Bom Jesus, Ceará Mirim, Currais Novos, Nova Cruz, Macau, entre outros municípios.
Já os turistas que visitaram o Carnaval de Natal vieram principalmente de Pernambuco (8%). Este número, inclusive, no ano passado era de 4,4%. Os outros vieram de São Paulo (3,2%); Rio de Janeiro (1,9%); Ceará (1,6%); Paraíba (1,5%); Bahia (1,4%); Minas Gerais (0,6%); Rio Grande do Sul (1,3%); Distrito Federal (1,1%); Sergipe (0,5%) e Alagoas (0,4%).
Na divisão por segmento, os percentuais de gastos individuais diários dos foliões locais foram direcionados para alimentação/bebidas (55,3%); transporte (16,5%); diversão (10,2%) e compras (18%). Já entre os turistas, o gasto médio individual diário foi de R$ 120,64, gastos com alimentação/bebidas (53,9%); transporte local (11,9%); diversão (13,8%); e compras (20,3%).
Perfil
Sobre o perfil dos participantes do Carnaval de Natal 2019, a pesquisa constatou que 50,5% dos foliões eram homens e 49,5% eram mulheres, semelhante ao ano passado, quando 50,4% eram homens e 49,6% eram mulheres. Com relação à faixa etária dos foliões, 27,1% tinha entre 25 e 34 anos, mas o que se percebeu na pesquisa deste ano foi o aumento do público nas faixas etárias mais altas, notadamente entre 45 e 59 anos, que subiu de 22,8% em 2018 para 26,1% em 2019; e acima dos 60 anos, que passou de 4,8% para 8% em 2019.
De todos os foliões pesquisados, 55,1% possuía nível superior incompleto ou completo (contra 59,3% de 2018); 41,8% estavam acompanhados da família (contra 45,4% no ano passado); e 69,8% tinham renda familiar de até R$ 7 mil (em 2018 as pessoas com renda familiar de até R$ 7 mil eram 73,5%). Um detalhe para as pessoas com renda acima de R$ 10 mil, que aumentou de 11% para 15,3%.
Com relação à frequência no evento, as pessoas pesquisadas responderam que pretendiam prestigiar a festa em pelo menos três dias. Questionados se já tinham ido ao Carnaval de Natal outras vezes, sete em cada dez pessoas (71%) afirmaram que sim. As atrações mais frequentadas foram os shows musicais (86,7%), os blocos de rua (39,7%); e as praias da cidade (23,6%). As formas de deslocamento mais citadas pelos foliões foram o transporte privado por aplicativo (41,2%); o carro particular (34,8%); os ônibus (14,1%); deslocamento a pé (10%); o táxi (2,6%); carros alugados (1,9%).
Comerciantes
De acordo com o IPDC, para 86,7% dos comerciantes entrevistados, o carnaval tem um impacto positivo nos negócios, número maior do que o obtido em 2018, quando 77,4% dos entrevistados consideraram o carnaval bom para sua atividade. 80,3% dos comerciantes consideraram o movimento de público como bom ou muito bom durante os dias de festa, e 46,3% confirmaram que as vendas ficariam dentro do esperado. Outros 29,7% afirmaram que as vendas ficariam acima da expectativa.
Para conseguir atender à demanda gerada pelo movimento mais intenso durante o carnaval, 22,7% dos comerciantes entrevistados precisaram contratar, em média, dois funcionários extras. Estes receberam como pagamento o valor de R$ 75,90 por dia de trabalho. Os negócios funcionaram, em média, seis dias, e obtiveram faturamento médio diário de R$ 1.504,16.
Entre os comerciantes ouvidos, 66,7% eram homens; 55,7% tinham entre 25 e 44 anos; 44% tinham ensino fundamental; 48,7% eram casados; 50% disseram ser autônomos e 64,7% disseram ser informais. Entre os formais, 22,3% eram microempreendedores individuais. Com relação ao segmento, 32,9% pertenciam ao segmento de bebidas; 19,4% eram lanchonetes; 12,9% eram bares e restaurantes; 6,6% eram lojas de conveniência; entre outros.
Sobre o local onde se instalaram durante o evento, verificou-se que 37% estavam no polo Ponta Negra; 24% no largo do Atheneu/Petrópolis; 14% no Centro Histórico; 10% na Redinha; 8,3% na Campos Sales/Afonso Pena/Rocas/Ribeira; e, 6,7% no polo Nazaré.
“Além do Carnaval, temos o Natal em Natal, e a partir deste ano estamos instituindo também o São João, para consolidar mais um evento para atrair turistas para a nossa cidade”, destacou o prefeito Álvaro Dias, sobre as atrações culturais da capital.
“Este é um estudo que, a nosso ver, é um importante balizador tanto para o poder público quanto para o empresariado natalense no que diz respeito às estratégias para otimizar os resultados deste evento como impulsionador do nosso turismo e, por consequência, da nossa economia”, afirmou o presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz.