O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso pela suspeita de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, afirmou nesta terça-feira (26) que, apesar de “discordâncias de pontos de vista”, tinha “boa relação” com a vereadora.
Brazão participou, por videoconferência, de audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A audiência discute a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou prender preventivamente Brazão.
Prisões de parlamentares no exercício do mandato têm que ser autorizadas em deliberação pela Câmara. Depois da CCJ, o caso passa ao plenário da Casa.
Brazão afirmou aos colegas parlamentares que divergia de Marielle sobre um projeto de lei na Câmara de Vereadores do Rio.
“Uma simples discordância de pontos de vista, onde eu estava aprovando, lutando para aprovar, um projeto de lei que regulamentava pelo período de um ano os condomínios irregulares, para que pudesse a cidade do RJ ter mais organização”, afirmou.
Um projeto de lei aprovado em 2017 na Câmara Municipal do Rio para regularizar ocupações clandestinas foi apontado por Ronald Lessa como possível “estopim”.
Marielle votou contra esse projeto, e, segundo relatos de testemunhas, Chiquinho Brazão ficou furioso com isso.
“É uma coisa simples demais para tomar uma dimensão tão louca de que eu como vereador, com uma relação muito boa com a vereadora”, completou.
CCJ adia decisão
O relator da prisão de Brasão, deputado Darci de Matos (PSD-SC), leu parecer favorável à manutenção da prisão. Mas os deputados Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP) pediram vista, ou seja, mais tempo, para análise do relatório.
O prazo do pedido de vista é de duas sessões do plenário da Câmara. Como esta semana é curta em razão do feriado da Páscoa, a análise pode ocorrer somente no dia 9 ou no dia 10 de abril.
Isso porque a próxima semana deve ser esvaziada, em razão do fim da janela partidária de vereadores, que mobiliza os deputados em suas bases eleitorais.
Fonte: g1