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Chuva forte volta a alagar ruas em Petrópolis, e sirenes são acionadas

Até a tarde desta terça, a maior tragédia que a cidade já enfrentou havia deixado 185 mortos e 85 desaparecidos. Foto: Agência Brasil

As ruas de Petrópolis, na Região Serrana, voltaram a ficar alagadas nesta terça-feira (22) por causa de uma forte chuva que atingiu a cidade nesta tarde.

Por volta das 14h, havia registros de chuva em Valparaíso, na Mosela, no Quitandinha e no Bingen. Quem estava na rua, tentava se abrigar sob marquises.

Até a tarde desta terça, a maior tragédia que a cidade já enfrentou havia deixado 185 mortos e 85 desaparecidos.

Nas redes sociais, moradores demonstram medo e apreensão.

“Eu nunca tive medo de chuva, mas depois do que aconteceu aqui em Petrópolis semana passada eu não prego o olho quando escuto barulho de trovão ou chuva. Pra melhorar, voltou a chover e já esta alagando tudo”.

“Que chuva é essa mano, dá uma ajuda pra Petrópolis senhor!”, disse outro morador.

Sirenes acionadas

Com um registro de 41 milímetros de chuva em uma hora, a Defesa Civil acionou o toque de mobilização das sirenes do Quitandinha, nas localidades do Duques, Amazonas e Rio de Janeiro.

Anteriormente, o órgão já havia acionado as sirenes de todos os distritos para alertar sobre a ocorrência de chuva no município, que pode ter intensidade moderada a forte ao longo da tarde e da noite.

A Rua Bingen registrou inundação e foi interditada pelas equipes da CPTrans, com o apoio de militares. Motoristas estão sendo orientados a desviar. Além disso, um trecho do asfalto em frente à Universidade Estácio cedeu. Ninguém ficou ferido.

Em casos de emergência, os telefones 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros) devem ser acionados.

Uma semana depois do temporal, os moradores ainda tentam recomeçar e organizar suas vidas.

O Morro da Oficina, no Alto da Serra, foi o local mais atingido pelo temporal, deixando uma comunidade inteira devastada pela lama. As pessoas ainda sofrem com a falta de água e de energia elétrica.

“A maior dificuldade é a gente tirar gente com vida. O resto é fácil, o resto é garra”, disse o pedreiro Jorge Felício.

No local, o trânsito foi liberado. Entretanto, é possível ver um cenário completamente devastado. Condomínios destruídos, fios e postes aos pedaços, lixos espalhados pelas ruas e parte da calçada arrancada pela correnteza.

“Veio como se fosse uma tsunami, de uma vez só apareceu. (…) Foi onde eu parei e o outro ônibus parou também do meu lado”, contou o motorista Carlos Alberto da Silva Nascimento.

Um dos passageiros de um dos ônibus arrastado pela enxurrada foi o estudante Gabriel Rocha, de 17 anos. Na manhã desta terça (22), a família dele continuava fazendo buscas pelas margens do rio.

“O apelo que eu venho fazer agora é porque não adianta eu ficar falando com um, com outro e perdendo tempo enquanto meu filho está por algum lugar aí, e muitas pessoas também estão por aí. A gente precisa achar eles”, disse Leandro da Rocha, pai do jovem.

A Rua Teresa, que liga o centro de Petrópolis ao Alto da Serra, também ficou completamente castigada. A impressão é que a chuva caiu há cerca de um dia. Uma máquina escavadeira permanece no local retirando entulhos e tentando varrer os vestígios do desastre.

“Eu não tive problema nenhum, mas ao redor vocês podem ver como ficou. Foi desesperador. Tive que abrigar um funcionário que morava atrás do posto de gasolina, ele teve que morar temporariamente por 3 dias aqui na loja, junto com a esposa e os dois filhos”, informou o empresário Eduardo Andrade.

“Está todo mundo dando a mão, todo mundo se ajudando na medida do possível. (…) Agora é reconstruir”, disse.

Fonte: G1

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