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Conselheiro propõe que Petrobras congele preços de combustíveis por 45 dias

Segundo uma fonte ligada ao processo, a diretoria da empresa iria se reunir na tarde desta sexta-feira, 17, para avaliar a proposta do conselheiro. Foto: Agência Brasil

O conselheiro da Petrobras Francisco Petros encaminhou nesta sexta-feira, 17, uma carta propondo um congelamento de 45 dias nos preços da estatal e a criação de um grupo de trabalho com representantes da empresa, do mercado de combustíveis e do governo para buscar uma nova fórmula de reajuste para os combustíveis.

Em contrapartida, como sinal de “boa fé”, o governo se comprometeria a manter a atual governança da companhia, com a retirada da lista de novos nomes para o conselho de administração, incluindo o secretário de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, indicado para substituir o presidente José Mauro Coelho.

Mudanças recentes no comando da Petrobras, segundo Petros, representaram “um fator enorme de instabilidade para a gestão da empresa e para a própria solução do tema dos aumentos”.

Acalmando os ânimos
A carta, enviada por Petros para o ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, da Casa Civil, Ciro Nogueira, e ao presidente da companhia, tem por objetivo amenizar os ânimos entre o governo e a estatal, após um novo aumento de preços para a gasolina e o diesel, que nesta sexta-feira foram elevados em 5,2% e 14,2%, respectivamente. Os outros membros do conselho de administração também receberam uma cópia do documento.

Segundo uma fonte ligada ao processo, a diretoria da empresa iria se reunir na tarde desta sexta-feira, 17, para avaliar a proposta do conselheiro. A empresa, porém, não confirma.

“Acreditamos que o que aqui se propõe pode restabelecer o ambiente saudável de relacionamento institucional da Petrobras com seu principal acionista, bem como, restabelece a normalidade da gestão na busca de soluções úteis ao Brasil, suas instituições e a sociedade, as empresas e todos os stakeholders da Petrobras”, diz.

‘Momento difícil’
No documento, ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso, o conselheiro lembra que o setor passa por um “momento difícil” por conta das instabilidades geopolíticas decorrente da guerra entre a Ucrânia e a Rússia e admite que ser desafiadora a administração dos impactos sobre os preços dos combustíveis e de energia, sobretudo sobre os mais pobres.

O conselheiro elogia as iniciativas de redução da carga tributária, mas avalia que são medidas ainda insuficientes para conter o impacto da elevação dos preços na cadeia produtiva e de negócios da Petrobras.

Por outro lado, destaca que existe uma “há uma notável incompreensão sobre a necessidade concreta de a Petrobras praticar preços que permitam a manutenção do abastecimento em um ambiente de rigidez do funcionamento do mercado”, diz a carta.

Fonte: Estadão

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