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Coronavírus: hotéis no RN correm risco de fechar suas portas a partir de abril

Principal área afetada deve ser a Via Costeira, onde estão os maiores hotéis de Natal. Foto: ABIH-RN/Cedida
Principal área afetada deve ser a Via Costeira, onde estão os maiores hotéis de Natal. Foto: ABIH-RN/Cedida

A maioria dos empresários que participam da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Rio Grande do Norte avalia suspender suas atividades a partir do início de abril. A informação foi divulgada pela entidade neste domingo (22) e é resultado do cancelamento de mais de 90% das reservas no mês de março.

A informação foi obtida por meio de levantamento da ABIH-RN. “a perspectiva é de fechamento de quase todos, senão de todos os hotéis a partir do início do mês de abril. Alguns hotéis já fecharam suas portas, tanto em Natal quanto na Pipa”, informou a associação. A hotelaria emprega no Rio Grande do Norte mais de 50 mil trabalhadores diretos, e mais de 200 mil indiretos. O prejuízo até agora é de quase R$ 400 milhões, e vai crescer ainda mais, com iminência de perda de milhares de empregos.

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“O setor do turismo foi bastante impactado, a princípio alguns hotéis estão fechando por 30 dia, mas a tendência é de que todos paralisem suas atividades simplesmente porque não vai ter hóspedes, e, com isso vem as incertezas do futuro que nos espera para os próximos meses, por causa do Covid-19”, afirmou José Odécio, presidente da ABIH-RN.

O setor de turismo aguarda com otimismo as medidas que o Governo Federal deve anunciar entre esta segunda e terça-feira para a hotelaria, bares e restaurantes, de longe, os mais atingidos. Outras medidas precisam ser tomadas pelos governos do estado do RN e pela prefeitura do Natal, especialmente no que tange ao ICMS da energia, gás e água, além da suspensão de cobrança do Simples Estadual, e o ISS e IPTU, estes de competência municipal.

“O setor de turismo, especialmente a hotelaria, já está sofrendo bastante com essa crise, tendo em vista que não estão vindo turistas, e, portanto, os hotéis tendem a colapsar. É evidente que essa situação é gravíssima e há um risco enorme de perda de empregos, o que nos preocupa bastante. Só aqui em Natal, da hotelaria, são mais de 45 mil funcionários, e para que isso não ocorra esperamos que haja medidas dos governos para ajudar o setor a passar por essa crise, que é, de longe, a mais grave crise já enfrentada pelo setor”, comentou José Odécio.

E acrescentou: “Numa crise com essas proporções, caso as autoridades das três esferas de poder, aí incluídos o Estado do RN e o Município de Natal, não tomem providências para assegurar os empregos, a catástrofe estará instalada. É preciso manter os empregos e as empresas, e cada um tem de contribuir para atenuar essa grave crise – governos federal, estadual e municipal, sob pena da crise colapsar toda a economia por muito mais tempo”.

Na opinião dele, “cobrar tributos de empresas à beira da falência não vai resolver a crise, vai agravá-la, e é isso que estamos tentando evitar e acredito que, tanto a governadora Fátima Bezerra quanto o prefeito Álvaro Dias, têm sensibilidade suficiente para compreender o que estamos sugerindo”. “O que pretendemos é manter as empresas e os empregos para quando a crise passar, possamos, mesmo com muitas perdas, retomar nossas atividades e ajudar a economia voltar a crescer”, acrescentou.

]Nesta segunda-feira (23) a ABIH-RN encaminhará à governadora Fátima Bezerra e ao prefeito Álvaro Dias as medidas mitigadoras que o setor de Turismo espera que sejam tomadas, visando minimizar os graves efeitos dessa crise.

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