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CPI das Apostas Esportivas quer ouvir presidentes da CBF e clubes sobre suspeitas de manipulação de jogos

Dirigentes devem ser chamados para prestar “informações sobre contratos de patrocínios firmados com empresas de apostas esportivas”

Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás investiga um suposto esquema de manipulação de partidas - Foto: Reprodução/Internet

Os presidentes de Flamengo, Fluminense, Botafogo, Santos, São Paulo e outros dez clubes foram os primeiros a figurar nos requerimentos de convocação para a CPI das Apostas Esportivas, instalada na Câmara na última quarta-feira. Em três dias, o colegiado recebeu 65 requerimentos de deputados que devem começar a ser analisados na próxima terça, na primeira sessão deliberativa.

Os deputados também querem que sejam ouvidos na comissão os presidentes de Bragantino, Ceará, Internacional, Cuiabá, Coritiba, Avaí, Goiás, América-MG, Juventude e Fortaleza, além do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Segundo a justificativa dos requerimentos, a maioria de autoria do deputado Luciano Vieira (PL-RJ), os dirigentes devem ser chamados para prestar “informações sobre contratos de patrocínios firmados com empresas de apostas esportivas”. As casas de apostas patrocinam 19 das 20 equipes da série A do Campeonato Brasileiro, com exceção do Cuiabá, que teve esse tipo de patrocínio até o ano passado.

A CPI ganhou tração com a deflagração da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que investiga um suposto esquema de manipulação de partidas que envolvia pagamentos a jogadores. Oito atletas suspeitos já foram alvos de requerimentos de convocação e devem estar entre os primeiros a depor, segundo o presidente do colegiado, Julio Arcoverde (PP-PI). São eles:

  • Eduardo Bauermann (Santos)
  • Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
  • Paulo Miranda (Náutico)
  • Igor Cariús (Sport)
  • Matheus Gomes (sem clube)
  • Fernando Neto (São Bernardo)
  • Kevin Lomónaco (Bragantino)
  • Victor Ramos (Chapecoense)

Em outra frente, parlamentares apresentaram requerimentos para chamar à CPI os sócios e representantes das casas de apostas Pixbet, Parimatch, Sportsbet, Betfair, Betano, Betino e Bet365, além de responsáveis por entidades do setor, como a Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp) e a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL). A justificativa é colher informações que ajudem no esclarecimento dos fatos em investigação.

A CPI vai atuar em duas frentes: uma de investigação criminal, para apurar as suspeitas envolvendo jogadores, apostadores, aliciadores e casas de apostas, e outra propositiva, com vistas à regulamentação do setor de apostas esportivas. Esse tipo de jogo foi liberado em dezembro de 2018, mas nunca regulamentado. O governo federal já tem um texto com a proposta de regulamentação para enviar ao Congresso, que prevê taxação das empresas e dos prêmios, entre outras medidas.

O Ministério da Fazenda prevê arrecadar até R$ 15 bilhões com a taxação das apostas esportivas. Segundo dados do Banco Central, as casas de apostas enviaram para o exterior no primeiro semestre deste ano US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 13,4 bilhões). Já o valor que voltou ao Brasil, como pagamento de prêmio aos acertadores, foi de pouco mais de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões), como noticiou a Folha de S.Paulo neste sábado.

Dados do IBL Data apontam que o faturamento dessas empresas pode chegar a R$ 12 bilhões em 2023, alta de 71% em relação a 2020 (R$ 7 bilhões), mas calcula-se que o volume de recursos movimentados seja maior.

Fonte: O Globo

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