O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) fez um apelo nesta quarta-feira (25) ao secretário de Segurança Pública, Coronel Araújo, para que os policiais militares que votam em Natal não sejam transferidos para o interior durante as eleições municipais de 2024. Segundo Azevedo, essa prática poderia prejudicar o direito de voto dos policiais que têm domicílio eleitoral na capital.
Procurada, a Polícia Militar do RN não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
O parlamentar destacou que 1.079 novos policiais foram formados recentemente e que, de acordo com informações do governo, serão utilizados durante o pleito eleitoral. Coronel Azevedo criticou a possibilidade de deslocamento desses agentes para municípios distantes.
“Não tem porque mandar os eleitores de Natal para trabalhar na segurança das urnas lá no interior, e colocar pessoas de outros estados que não votam no Rio Grande do Norte para trabalhar em Natal. Isso seria um absurdo total”, afirmou o deputado. Ele reforçou que, de acordo com os números oficiais, quase metade dos novos policiais são oriundos de outros estados e não têm vínculo eleitoral com o RN.
Ele enfatizou que, como todos os soldados são do mesmo patamar hierárquico, não faz diferença para a segurança pública quem fica em Natal ou quem vai para o interior. Logo, segundo ele, é possível aplicar um filtro para deixar na capital potiguar os eleitores da cidade.
“É só logística, planejamento. Deixar que quem vota em Natal, que fique em Natal ou nas proximidades. E quem não vota no Rio Grande do Norte, esses sim que sejam deslocados para o interior. O policial militar é um cidadão, e precisa exercer o direito à cidadania”, destacou o parlamentar.
Azevedo também expressou preocupação com o que considera um tratamento desigual entre policiais e presos provisórios. Ele afirmou que a Justiça Eleitoral garante o direito de voto a presos provisórios, muitos dos quais, segundo o deputado, votaram no PT nas últimas eleições. No entanto, segundo ele, os policiais, que em sua maioria possuem um perfil mais conservador, estariam sendo prejudicados ao serem deslocados para locais distantes no dia da votação.
“Imagine se um governo adversário quisesse proibir os presos. Não podia, porque o preso está ali e tem o direito de votar, vota ali mesmo. Não se pode, como se poderia fazer com os militares, para tirar o voto militar, transferir o preso para outra unidade longe do local de votação, porque nos presídios, os TREs permitem instalar urna eletrônica para coletar o voto do bandido provisório, do preso provisório”, destacou o deputado.