É uma tragédia o que a gente está vivendo, diz secretário de Tributação do RN

 Secretário de Tributação do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier. Foto: Reprodução

O secretário de Tributação do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier, falou em entrevista ao Repórter 98 nesta quinta-feira (18) sobre a necessidade do decreto emitido hoje pelo Governo em conjunto com a Prefeitura de Natal. Xavier afirmou que as medidas restritivas adotadas no novo documento faz com que a população perceba a gravidade da situação.

“É uma tragédia o que a gente está vivendo. Infelizmente estamos numa guerra contra um inimigo invisível e ele está vencendo essa guerra. Precisamos voltar para um ambiente onde quem precisar de um leito tenha o direito para lutar pela sua vida”, desabafou.

O secretário reforçou a necessidade de zerar a fila de espera por leitos de UTI e adiantou que devem ser abertos 90 leitos críticos  até o dia 3 de abril, quando acaba a validade do último decreto, 40 deles serão no Hospital João Machado. O RN tem mais de 700 leitos de UTI, 360 deles são públicos de acordo com o secretário. Ele explicou que com o cenário de escassez de insumos e recursos humanos não se pode contar com um número de leitos apenas para acompanhar o crescimento do contágio.

Sobre a falta de insumos Xavier afirmou que a atual situação difere do início da pandemia, pois em 2020 o número de estados em situação crítica era menor e hoje quase todo o país está em, situação grave. “Já há um problema nos municípios, a gente já tem cedido cilindro para eles. Essa expansão de leitos que o país está fazendo consome esses insumos, vira todo mundo concorrente de oxigênio, de medicamentos para intubação e acaba sendo um problema nacional sim”, pontuou.

“A diferença para o ano passado para esse ano é que quando tivemos mais leitos, eles não estavam ocupados, a gente nunca teve 350 pessoas internadas em UTI. A gente precisa passar a mensagem para a população que não é só abrir mais leitos”, disse.

Sobre os possíveis impactos que as medidas de restrições podem ter na arrecadação do Estado, o secretário disse que se o RN precisar esticar as medidas do decreto emitido pelo Governo nesta quinta-feira, o Estado pode perder de 25% a 30% arrecadação.

“A gente tem uma perspectiva de queda e por outro lado não tem nenhum sinal de ajuda para os Estados e municípios como aconteceu no ano passado. Isso é muito preocupante, e por isso que esses 14 dias são fundamentais”, disse.

O secretário afirmou que em 2020 o Estado sentiu muito a queda na arrecadação no meses de abril e maio, e que agora dentro do atual cenário foi priorizado a tentativa de reduzir o crescimento da pandemia.

O secretário disse que o Estado manteve o diálogo com a classe empresarial e reforçou que é necessário algum auxílio para o setor produtivo. Ele disse ainda que o Governo está traçando estratégias para conter os custos e não atrasar os salários dos servidores. Xavier disse ainda que é preciso primeiramente reduzir as filas para a retomada da economia no Estado.