Entenda o que são e como funcionam as vacinas bivalentes contra a Covid-19 aplicadas no Brasil

Vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19 - Foto: Pfizer/Divulgação

O Ministério da Saúde começa a aplicar nesta segunda-feira (27), em todo o país, a vacina bivalente contra a covid-19. Segundo a pasta, o imunizante melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e também contra a variante Ômicron, e possui perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes.

As vacinas bivalentes são identificadas por tampa na cor cinza. Cada frasco possui seis doses e a vacina não deve ser diluída. O uso é indicado para a população a partir de 12 anos de idade como vacinação de reforço.

A Anvisa aponta que as doses devem ser aplicadas a partir de três meses após a série primária de vacina ou reforço anterior. As doses tem prazo de validade de 12 meses, quando estocadas de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C. Além disso, podem ser armazenadas em geladeira, entre 2°C e 8°C, por um único período de até dez semanas, não excedendo a data de validade original.

A vacina da Pfizer bivalente BA.1 está aprovada em pelo menos 35 países. Já a versão bivalente BA.4/BA.5 está aprovada em 33 países, como Canadá, Japão, Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Singapura, entre outros, além da União Europeia.

Na reunião da Anvisa que definiu a aprovação, a diretora relatora Meiruze Freitas explicou que o objetivo do reforço com a vacina bivalente é expandir a resposta imune específica à variante Ômicron e melhorar a proteção da população.

Segundo a Pfizer, a finalidade do reforço com a vacina bivalente de RNA mensageiro (mRNA) é conferir uma maior proteção frente às variantes Ômicron, consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como variantes de preocupação, quando comparada à sua versão monovalente atualmente registrada no país.

Ampla resposta imunológica

O reforço com a vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19, que também contempla as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron, apresenta resposta imune significativamente superior em comparação com a vacinação com o imunizante original da farmacêutica. As informações foram divulgadas pela Pfizer em novembro.

Segundo o comunicado, dados atualizados de um ensaio clínico de fases 2 e 3 demonstraram uma resposta imune neutralizante robusta um mês após uma dose de reforço da vacina bivalente. A imunidade gerada foi acompanhada de um perfil de segurança e tolerabilidade semelhante entre as duas vacinas.

O desenvolvimento de vacinas atualizadas busca contemplar as mutações sofridas pelo coronavírus ao longo da pandemia. A primeira geração de vacinas foi desenvolvida a partir da cepa original do vírus, que circulava no início da pandemia, em 2020.

Importância das vacinas monovalentes

O surgimento de variantes do coronavírus levou à redução da eficácia das vacinas monovalentes contra infecções sintomáticas, mas essas vacinas ainda mantêm a efetividade contra a doença na forma grave e óbitos, desde que sejam tomadas as doses conforme a recomendação do Ministério da Saúde.

Os estudos de acompanhamento das vacinas indicam que as doses de reforço de vacinas monovalentes restauraram uma proteção contra desfechos graves associados à Ômicron.

Essa proteção diminuiu ao longo do tempo com algumas diferenças relacionadas à idade, e particularmente durante um período de predominância da subvariante BA.4/BA.5.

Com informações da CNN