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Estudo da UFRN aponta que Caiçara do Norte é melhor para instalação de porto-indústria no RN

Pesquisadores apresentaram estudo nesta quinta-feira (19) à governadora Fátima Bezerra (PT) - Foto: Raiane Miranda / Governo do RN

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apresentaram à governadora Fátima Bezerra (PT) e ao vice, Walter Alves (MDB), nesta quinta-feira (19), um estudo que aponta qual o local de maior viabilidade técnica para a instalação de um porto-indústria. Segundo o relatório, o município de Caiçara do Norte, no litoral norte, apresenta as melhors condições.

O estudo feito por pesquisadores da UFRN tem o objetivo de balizar uma tomada de decisão técnica. O porto-indústria é um equipamento essencial à viabilidade de projetos para exploração de energia eólica offshore (no mar) e a exportação de diversos outros produtos, entre eles o hidrogênio verde (H2V).

Os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental apontam o município de Caiçara do Norte como a região que melhor responde aos critérios de área para a instalação desse equipamento no Rio Grande do Norte. O professor Mario Gonzalez, do Departamento de Engenharia da Produção da universidade, coordenou o estudo. Os dados apontam que apenas, na primeira fase de operação do Porto, podem ser gerados ao menos 50 mil empregos no Estado.

“A transição energética é uma agenda irreversível, e acho que o Rio Grande do Norte não pode perder essa oportunidade. Vai ser muito desafiador, mas não vamos nos acomodar, temos que ter ousadia para pensar no melhor, primeiro para o povo do Rio Grande do Norte, depois para no que isso vai projetar o Brasil”, enfatizou a governadora.

Fátima Bezerra autorizou o início do EIA/RIMA, que é o estudo e relatório ambiental, dando, assim, continuidade aos estudos técnicos para a construção do porto-indústria em Caiçara do Norte, que, segundo o relatório técnico, terá condições de começar a funcionar em meados de 2026.

A perspectiva de 50 mil empregos gerados ainda no início da operação do empreendimento. Ou seja, na primeira fase (de 1 a 4 anos), se dá “porque na primeira fase já teremos o cais, uma retroárea definida, a fabricação de peças e componentes, indústrias instaladas de operação e manutenção, que gera muitos empregos, porque são serviços. Portanto, já estará funcionando”, esclarece Hugo Fonseca, coordenador do Desenvolvimento Energético da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec).

Transição energética

Para a chefe do Executivo estadual, a construção do porto-indústria permite bem mais que a geração de empregos. Com a construção do porto-indústria, o Rio Grande do Norte assume o protagonismo da transição energética no país, avançando na produção de energia sustentável. Com a finalidade principalmente de produzir energia no mar (offshore) e hidrogênio verde (considerado o combustível do futuro).

O porto também tem expectativas de trabalhar com diversos outros setores econômicos, como fruticultura, sal, mineração, pesca, óleo e gás, e também de energia eólica, fortalecendo a industrialização do estado. Dada a grandeza e importância do projeto, a governadora Fátima Bezerra afirmou que levará a agenda para o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.

“Devido ao alto potencial do estado para geração de energia de fontes renováveis, e a tendência mundial para a prática da ‘economia verde’ em todos os setores econômicos, o porto-indústria do RN deveria ter a denominação de Porto-Indústria Verde”, afirma o professor Gonzalez. O conceito de “energia verde” é aquele que trabalha com geração de energia sem grandes impactos ambientais por meio de fontes sustentáveis.

“Os portos dos países mais desenvolvidos estão trabalhando para se transformar em ‘verdes’. Mas aqui já podemos nascer ‘verdes’, dentro dessa perspectiva”, afirma o professor, destacando que um porto-indústria também tem a função de fabricar, armazenar mercadorias, além de preparar mercadorias, por exemplo, para instalação de parques eólicos, como também para movimentar cargas.

O estudo

O Governo do Estado investiu R$ 1,1 milhão na contratação do estudo que foi desenvolvido pela UFRN. Os pesquisadores já haviam apresentado resultados como o Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte e o hub de Serviços para eólica onshore (em terra) e offshore (no mar).

Além desses, o Estudo de Alternativa Técnica e Locacional para Infraestrutura de Transmissão Offshore e o Programa Norte-rio-grandense de Hidrogênio Verde também fazem parte da proposta mais ampla, que é o porto-indústria verde, um projeto de desenvolvimento econômico e sustentabilidade energética no Rio Grande do Norte.

Todos esses estudos técnicos dão segurança às empresas que já apontam seu interesse no setor visando instalar-se no estado, sinalizando adequadamente para o investidor, criando um ambiente de confiança para o investimento e a Parceria Público Privada (PPP).

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