A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) identificou o segundo suspeito de participar da execução de Vinicius Gritzbach no último dia 8 de novembro no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (22) pela equipe de reportagem.
Ele foi identificado como Matheus Augusto de Castro Mota. O suspeito era procurado e não havia sido preso até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a investigação, Matheus pagou R$ 5 mil para Kauê do Amaral Coelho. Kauê foi apontado pelas autoridades como o “olheiro” que avisou os atiradores sobre a chegada do empresário no aeroporto. Kauê também foi o primeiro suspeito identificado pela força-tarefa.
Justiça decreta prisões de suspeitos
Kauê do Amaral Coelho, suspeito de participação no assassinato do delator do PCC — Foto: Reprodução
Tanto Matheus quanto Kauê tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça a pedido das autoridades. A Polícia Civil, a Polícia Militar (PM), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) integram o grupo que investiga o caso.
A secretaria ainda informou que está oferecendo uma recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações que possam levar a polícia a prender Kauê. Ele tem 29 anos e já teve passagens anteriores na Justiça por suspeita de tráfico de drogas.
A equipe de reportagem tenta contato com as defesa de Kauê e Matheus para comentarem o assunto.
Atiradores fugiram de ônibus
Atiradores fugiram em ônibus após matarem delator do PCC em aeroporto, aponta investigação da polícia — Foto: Reprodução
As autoridades ainda tentam identificar os dois executores que mataram Vinicius. Eles aparecem nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto usando capuzes e atirando na vítima com fuzis. Depois fogem num carro preto que é dirigido por outra pessoa. O motorista também não foi identificado.
Antes de fugirem no ônibus, os executores tinham escapado do aeroporto num carro dirigido por um motorista do bando. Os três abandonaram o veículo a 3 quilômetros do local do ataque. Também deixaram as armas próximas. O automóvel e os fuzis foram apreendidos pela polícia.
A câmera de monitoramento de um ônibus gravou o momento em que os dois atiradores entram sem máscaras no coletivo. A força-tarefa analisa essas imagens para saber quem eles são.
Quem tiver informações ou pistas que levem aos criminosos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Hipóteses para o crime
Além de Vinicius, um motorista de aplicativo foi atingido pelos disparos no aeroporto e também morreu. Outras três pessoas que estavam no local ficaram feridas.
A força-tarefa investiga o caso e tenta identificar os assassinos, saber quem mandou matar Vinicius e qual é o motivo do homicídio.
Antes de ser morto, o empresário havia feito um acordo de delação premiada homologado pela Justiça para denunciar membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) por lavagem de dinheiro e acusar agentes de segurança pública por corrupção.
Vinicius era réu em processos de homicídio contra dois membros do PCC e por fazer lavagem de dinheiro para a facção. Ele respondia aos crimes em liberdade.
Em abril, a Justiça homologou uma delação premiada dele com o Ministério Público. O acordo permitiria que o empresário tivesse redução das penas no caso de condenações. Em troca, ele denunciou integrantes da facção por lavagem de dinheiro e agentes de segurança por extorsão.
Entre as principais hipóteses apuradas para tentar esclarecer o crime estão as suspeitas de envolvimentos de integrantes da facção criminosa, de policiais civis e um agente penitenciário denunciados por Vinicius, de policiais militares da escolta pessoal do empresário e um de seus devedores.
Força-tarefa tenta cumprir mandados
Delator do PCC revelou a juiz que já havia sido sequestrado e ameaçado pela facção — Foto: Reprodução/Fantástico
Vinicius trabalhava no ramo imobiliário, tinha segurança particular e já havia sido ameaçado antes por alguns de seus desafetos.
Todos os agentes da segurança privada de Vinicius estão afastados preventivamente pela pasta da Segurança. Além de fazerem bico como seguranças, o que é proibido pela corporação, eles são investigados por suspeita de participação no assassinato do empresário.
Nesta sexta-feira (22), a Polícia Civil saiu às ruas para tentar cumprir os mandados de prisões contra Matheus e Kauê. Ela também foi para imóveis ligados aos procurados em cumprimento a oito mandados judiciais de busca e apreensão.
A Polícia Militar também foi para nove endereços relacionados aos policiais que faziam a escolta de Vinicius para apreender telefones e computadores. Os agentes investigados respondem em liberdade.
Agentes da PM que faziam a segurança de Vinicius e policiais civis que ele denunciou na delação premiada foram afastados preventivamente pela SSP.
Até o momento nenhum suspeito pelo crime foi preso. Apesar disso, uma pessoa acabou detida durante as buscas porque era procurada pela Justiça por outro caso.
Fonte: g1