Tiago Rebolo
Da Redação da 98 FM
A gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) apresentou aos deputados estaduais uma proposta para pagamento das emendas parlamentares a que cada um tem direito no Orçamento do Estado de 2023.
A proposta, confirmada pelo líder do governo, Francisco do PT, durante sessão da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (24), é que os pagamentos comecem a ser feitos até o fim do próximo mês (junho). Cada um dos 24 deputados tem direito a R$ 3,5 milhões em emendas, das quais R$ 300 mil precisam ser para a saúde.
O governo propõe pagar R$ 500 mil até o dia 30 de junho e mais R$ 700 mil entre 1º de julho e 30 de agosto, totalizando R$ 1,2 milhão. Nesta data, pela proposta, seria apresentado um cronograma para o pagamento dos R$ 2,3 milhões restantes. “Quem quiser adiantar os R$ 300 mil da saúde já pode”, afirmou o líder do governo.
A oposição protestou contra o calendário. O deputado Tomba Farias (PSDB) disse ser contra a proposta. “Essa proposta que aí está eu não concordo. Cadê os nossos R$ 300 mil do dia 30 de abril que não se fala?”, afirmou o parlamentar.
O parlamentar enfatizou que, caso as primeiras emendas sejam pagas apenas no fim de junho, festas juninas podem ser prejudicadas no interior do Estado. “Colocando as emendas até 30 de junho, vai de água abaixo todas as festas juninas do Estado”, destacou Tomba.
Ele reclamou, ainda, que a tradicional festa de Santa Rita de Cássia, realizada em Santa Cruz, no Agreste, não pode receber sua emenda parlamentar em função do atraso no repasse de verbas pelo Governo do Estado.
“Eu coloquei uma emenda de R$ 80 mil para a festa de Santa Rita de Cássia. O governo nem olhou, não teve a menor vontade de fazer e pagar. Mas a governadora foi para lá. Entrou no meio da procissão, bateu foto, mas esqueceu de mandar a emenda para Santa Rita de Cássia”, ressaltou o deputado estadual.
Também da oposição, o deputado José Dias (PSDB) afirmou que as emendas dele são essencialmente para a saúde, e que o setor tem urgência no recebimento de recursos. Ele cobrou uma “atitude severa” da Assembleia Legislativa para cobrar o direito dos deputados estaduais.
“O que está faltando uma atitude nossa. Nós não podemos nos omitir. O governo é incompetente, é falido sob o ponto de vista gerencial. Falência total. Se esta Casa tomasse uma atitude, não precisava discussão para liberação de emendas nossas não. Nós temos força para responsabilizar o governo, para levar o governo a uma situação que ela não vai querer. Mas precisamos tomar consciência. Vou continuar gritando aqui, mesmo que seja um grito no deserto, mas o único caminho para resolver o problema dessa incompetência e responsabilidade é uma atitude severa da Assembleia”, acrescentou.