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“Havia recomendação para não me reanimar”, diz paciente da Prevent Senior; VÍDEO

No primeiro encontro, após a descrição dos sintomas, médicos da Prevent lhe prescreveram fármacos previstos no chamado “tratamento precoce”

Paciente da Prevent Senior Tadeu Frederico de Andrade. Foto: Agência Brasil

Em depoimento à CPI da Covid-19, o paciente da Prevent Senior Tadeu Frederico de Andrade relata que os profissionais da empresa teriam tentado convencer familiares de que seu quadro de saúde era irreversível e, dessa forma, o recomendado seria não reanimá-lo, em caso de parada cardíaca. Andrade buscou atendimento junto à operadora após contrair o novo coronavírus.

Durante a oitiva aos senadores, o advogado narra ter feito uma consulta inicial, por meio virtual. No primeiro encontro, após a descrição dos sintomas, médicos da Prevent lhe prescreveram fármacos previstos no chamado “tratamento precoce”. Depois de cinco dias administrando remédios ineficazes, o quadro piorou. “Eu não melhorei, eu piorei”, enfatizou.

“Comecei a ser medicado por uma teleconsulta, sem saber o que eu tinha. Tive resultado positivo, já estava terminando esse tratamento e estava piorando. No dia 30 de dezembro à noite, tive que ir para um pronto-socorro. Fiz novamente um exame de PCR, que confirmou meu diagnóstico. Foi constatado que eu estava com pneumonia bacteriana avançada. Acho que um atendimento imediato, no primeiro dia, talvez tivesse sido combatido a doença mais eficientemente”, detalhou aos parlamentares.

O depoente relata que, após 30 dias da internação de Andrade em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em hospital da Prevent Senior, sua filha recebeu ligação de uma médica da empresa sugerindo que ele migrasse para um “leito híbrido”. A profissional foi identificada por ele como Daniela de Aguiar Moreira da Silva.

“Eu sairia da UTI e iria para um leito híbrido e, nas palavras dela, teria ‘maior dignidade e conforto’, pois meu óbito ocorreria em poucos dias”, afirmou.

Ele contou que seria ministrada, pelos médicos da Prevent Senior, uma bomba de morfina e que seus equipamentos seriam desligados. “Inclusive, se eu tivesse alguma parada cardíaca, tinha recomendação para não haver reanimação”, disse.

“Felizmente, minha filha não concordou. Mesmo assim, duas horas depois, essa mesma doutora, Daniela, inseriu no meu prontuário o início dos cuidados paliativos, sem autorização da minha família”, afirmou o ex-paciente. Segundo Tadeu, a recomendação era para que não se fizesse mais hemodiálise, não se ministrasse mais antibióticos e não fosse feita manobra de ressuscitação.

Veja o vídeo:

Fonte: Com informações do Metrópoles

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