O senador Jean Paul Prates (PT) partiu para a ofensiva contra a pré-candidatura ao Senado do deputado federal Rafael Motta (PSB). Em entrevistas à rádio Santa Rita e ao jornal Agora RN, o senador criticou as pretensões políticas do parlamentar e disse que a manutenção da candidatura ao Senado divide os votos da esquerda, o que favoreceria o bolsonarista Rogério Marinho (PL).
Para Jean, a candidatura de Rafael é “extemporânea e individualista”, pois o PT, partido do qual o PSB é aliado, já decidiu apoiar para o Senado a candidatura do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT).
“Pensemos que é um time e que tem um comando que escala. Aí o cara do time, um pedaço do time, diz que não gostou e vai fazer outro time. É extemporâneo e individualista. Para quê a candidatura avulsa?”, questionou Jean.
Definindo a postura de Rafael Motta como uma “aventura”, Jean levantou ainda o questionamento se a disputa de Motta no Senado não teria como foco (ou resultado) beneficiar Rogério Marinho, que também disputará vaga no Senado.
“É uma egotrip. Acho que tem o direito, democracia é isso, mas acho que tem fôlego curto. Eu me permito dizer isso. Não porque Rafael seja fôlego curto, mas porque o entorno requer estrutura. A não ser que haja um plano que a gente não conhece, que seja de ‘retrofinanciamento’ e de alimentação de um adversário para trapalhar o adversário. Claro, por que Rafael tira voto de que lado? Divide voto de que lado? Não vai ser do lado de Bolsonaro e de Rogério Marinho”, disse o senador.
Ao Agora RN, Jean disse que a insistência de Rafael “dará margem para a vitória desse projeto fascista no nosso Estado”. “O que penso é que agora é um momento de unir forças, e não de dividir. Todo o esforço que eu, pessoalmente, tenho feito nesse processo foi no intuito de somar, de juntar mais forças políticas contra esse projeto de fascismo que está representado na figura de Bolsonaro e dos seus aliados”, enfatizou.
Outro lado
Nesta quinta, Rafael Motta foi às redes e cobrou respeito por parte de Jean-Paul Prates. Para Motta, que se refere a Jean como amigo, o petista deveria ter recebido apoio integral do PT para disputar uma vaga no senado, por ser “uma pessoa preparada, leal e que nos daria a certeza de oito anos votando de acordo com o interesse da população”.
“Respeito que você tenha aceitado essa preterição e que ache que o nome que você passou a apoiar será melhor senador do que você é. Mas peço que respeite o fato de eu pensar diferente. Como penso que não há como vencer o bolsonarismo com o bolsonarismo. Não há como vencer o fascismo com quem é cúmplice do fascismo”, postou Rafael Motta.
O deputado, ainda na postagem, relembrou que ambos estiveram aliados em “muitas lutas”, e por isso disse que precisava pedir para que Jean-Paul “não use a sua abertura em veículos de comunicação para tolher o meu direito de ser candidato”.
“O nosso lado é o mesmo, Jean. Eu nunca fui seu adversário. Sou eu, amigo, o ‘Rafa’. O mesmo que, nos momentos difíceis, nunca lhe faltou. Falo por aqui porque nos últimos dias, de repente, minhas palavras passaram a encontrar obstáculos. Espero que o mandato que foi exercido pela governadora Fátima Bezerra e que hoje tem você como titular siga em ótimas mãos, dando a certeza aos potiguares do comprometimento com as boas pautas. Sem arrependimentos, sem frustrações”, postou Rafael Motta.