Em meio às negociações para tentar resgatar o grupo de brasileiros presos na Faixa de Gaza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, nesta quarta-feira (25/10), com o líder do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, sobre a situação humanitária no local do conflito.
Segundo o Planalto, “ambos concordaram sobre a importância da abertura de um corredor humanitário e da libertação de todos os reféns. Ressaltaram a necessidade de um cessar-fogo e os perigos de uma escalada no conflito, que precisa ser evitada”.
O governo brasileiro negocia a retirada de um grupo de cerca de 30 brasileiros presos no enclave palestino desde o início da guerra entre Israel e Hamas, mas ainda não conseguiu aval do governo do Egito para o tráfego de pessoas pela fronteira de Rafah.
Na conversa, o petista destacou o papel relevante do Catar nas tentativas de mediação do conflito. Os dois países têm a mesma visão sobre a resolução que prevê a criação de dois Estados, Israel e Palestina, com os respectivos territórios demarcados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Não é guerra, é “genocídio”
Antes da conversa, Lula discursou no Palácio do Planalto e defendeu que o conflito no Oriente Médio trata-se de um genocídio, e não uma guerra, ao citar as crianças mortas em decorrência dos bombardeios.
“É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo ou errado, quem deu o primeiro tiro, ou o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças, que não tem nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, frisou Lula.
“Sinceramente, eu não sei como o ser humano é capaz de guerrear, sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças e inocentes. É um momento difícil”, seguiu.
A fala de Lula ocorreu durante evento com governadores e prefeitos no Palácio do Planalto, para instituir o Conselho da Federação. O órgão foi criado para reunir governo federal, estadual e distrital, além de outras instituições municipalistas, com objetivo de traçar prioridades e resolver desafios comuns. Clique aqui para ver o discurso.
Fonte: Metrópoles