A aposentadoria de Marco Aurélio Mello encerra uma história no Supremo Tribunal Federal (STF). Indicado por Fernando Collor de Mello em 1990, Marco Aurélio chega nesta segunda-feira (12) aos 75 anos, a idade-limite para permanecer na Corte.
Com a aposentadoria, todos os 10 ministros do STF remanescentes chegaram ao Tribunal no atual século, com o posto de decano passando ao ministro Gilmar Mendes, indicado no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002.
A saída de Marco Aurélio também encerra o prazo pedido pelo presidente do Supremo Luiz Fux ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem cabe indicar o sucessor. Por uma questão de deferência ao ministro em despedida, Fux havia pedido a Bolsonaro para que aguardasse a aposentadoria antes de anunciar seu escolhido.
O favorito é conhecido. A aliados, o presidente já afirmou que vai indicar o advogado-geral da União, André Mendonça, para o posto, o que faria de Bolsonaro o quarto dos últimos cinco presidentes a indicar um integrante do seu governo para o STF. Além da AGU, que ocupa pela segunda vez, Mendonça também foi ministro da Justiça e Segurança Pública.
O presidente Jair Bolsonaro e André Mendonça se reúnem na manhã desta segunda-feira. Segundo a agenda oficial do presidente, o advogado-geral será recebido no Palácio do Planalto às 10h, para um encontro com duração prevista de 30 minutos. Na parte da tarde, Bolsonaro recebe o ministro da Justiça, Anderson Torres, que até o momento não aparece nas bolsas de apostas. Outro nome que foi citado, o procurador-geral da República Augusto Aras não consta na agenda.
Antes do atual presidente, caso a tendência se confirme, Michel Temer escolheu Alexandre de Moraes, que era seu titular da Justiça, enquanto Fernando Henrique Cardoso e Lula escolheram Gilmar Mendes e Dias Toffoli, respectivamente, que assim como André Mendonça foram advogados-gerais da União.
A indicação, seja ela qual for, precisará ser aprovada pelo Senado. De acordo com a apuração da âncora da CNN Daniela Lima, a perspectiva não é tão favorável. O advogado-geral enfrenta de cara a antipatia do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado que hoje comanda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o nome do futuro ministro precisará ser votado.
Com informações CNN