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Marvvila do BBB revela que tem polidactilia; entenda o que é

Cantora e participante do BBB 23 Marvvila. Foto: Reprodução/ TV Globo

A cantora e participante do BBB 23 Marvvila revelou que nasceu com seis dedos em uma das mãos. Isso se deve a uma condição genética chamada Polidactilia, na qual um dedo extra cresce nas mãos ou nos pés.

“Eu nasci assim. meu avô, minha mãe, os filhos da minha mãe […] Genética é fortíssima. É um dedo pendurado, e tem uma unhazinha. Eu odeio, sempre tive vergonha”, disse a Ricardo, na academia da casa.

De acordo com a cantora, o dedo foi arrancado ainda na infância, restando apenas um pedaço, que ela pretende retirar quando sair do confinamento.

O que é a polidactilia?

A polidactilia é a presença de dedos adicionais nas mãos ou pés.

Segundo o Guia de Anomalias Congênitas do Ministério da Saúde, a condição pode afetar apenas um membro ou mais de um, tanto superiores quanto inferiores.

Os tipos mais comuns são as chamadas polidactilia pós-axial ou ulnar, quando a má formação acontece perto do mindinho, e a polidactilia pré-axial, quando o dedo extra surge ao lado do polegar.

Esses dedos extras também podem ser bastante parecidos fisicamente com os outros, com o mesmo tamanho e formato.

Contudo, em alguns casos, a deformidade congênita pode causar o surgimento de dedos “rudimentares” ou mal desenvolvidos, sem estruturas ósseas e/ou articulações (veja exemplos abaixo).

Exemplos de polidactilia em bebês. — Foto: Ministério da Saúde/Reprodução

Exemplos de polidactilia em bebês. — Foto: Ministério da Saúde/Reprodução

O que causa?

O serviço de saúde britânico, o NHS, explica que a condição geralmente é herdada do pai ou da mãe.

Ou seja, o gene que causa a polidactilia pode passar dos pais para os filhos.

Justamente por conta dessa hereditariedade não são raros os casos que várias pessoas da mesma família apresentam a má formação.

“Quando uma pessoa tem um dedo mindinho adicional, há uma chance de 50% (ou 1 em 2) de que seus filhos também nasçam com a condição”, ressalta o NHS.

Contudo, alguns casos acontecem espontaneamente, ou seja, sem ocorrências prévias na família.

“Pelo tipo de dominância, você pode ter o gene e ele pode não se manifestar”, ressalta Fabiano Nunes, ortopedista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Quais grupos são mais propensos?

Ainda de acordo com o NHS, alguns grupos étnicos são mais propensos.

Embora seja difícil falar em estatísticas precisas, nos Estados Unidos, o Boston Children’s Hospital, referência em pediatria, estima que um a cada 500/1.000 bebês nascem com a má formação.

Ainda de acordo com o hospital, em crianças negras, a condição costuma causar o surgimento de um único mindinho adicional. Já em crianças brancas e asiáticas, o dedo extra costuma ser o dedão.

Por que o diagnóstico cedo é importante?

O diagnóstico dos casos costuma ser feito durante a gravidez ou logo após o nascimento, e é bem simples de ser feito.

É a partir dos exames de pré-natal que o médico descobre a condição, geralmente um ultrassom, explica Nunes.

Ele ressalta também que como alguns casos de polidactilia podem estar associados à síndromes congênitas, a investigação logo cedo dessas associações é bastante indicada.

Precisa de tratamento?

Riscos de saúde não estão associados à grande maioria dos casos de pessoas com polidactilia. Uma pessoa com a condição pode levar a vida normalmente sem necessidade de tratamentos.

“O principal problema, na realidade, é o bullying, que acontece com algumas crianças logo cedo e pode ser bem maldoso”, destaca Nunes.

“Na maior parte dos casos a gente vê que a pessoa consegue usar o dedo extra normalmente. Alguns pacientes, porém, que têm um apêndice saindo no meio de outro dedo podem apresentar algum problema de movimentação”.

Nesses casos, Nunes destaca que cirurgias simples podem ser feitas para a retirada do apêndice. Elas costumam ser indicadas logo cedo.

Por outro lado, se o dedo “extra-numerário” for bem formado e tiver uma boa estrutura óssea, é recomendado fazer a cirurgia com mais idade, geralmente por volta dos 3 anos.

“É importante destacar que a polidactilia não tem nenhum risco de vida. O bullying na verdade é que o nosso principal desafio”, acrescenta o médico.

Fonte: g1

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