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Mesmo com exoneração de funcionários do INEP, MEC assegura manter cronograma das provas do ENEM

Local da aplicação do vestibular ENEM - Foto: Marcelo Casal / Agência Brasil
Local da aplicação do vestibular ENEM - Foto: Marcelo Casal / Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) informou ontem que o cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 está mantido e não será afetado pela saída de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela aplicação das provas. Mais cedo, 29 servidores pediram exoneração dos cargos que ocupavam.

De acordo com a pasta, as provas estão com a empresa que será responsável pela aplicação dos exames nos dias 21 e 28 deste mês. O Inep está monitorando a situação para garantir a normalidade do exame, segundo o MEC. 

“Cabe esclarecer que os servidores colocaram à disposição os cargos em comissão ou funções comissionadas das quais são titulares, mas que continuam à disposição para exercer as atribuições dos cargos até o momento da publicação do ato no Diário Oficial da União”, informou o ministério. 

Na semana passada, o Inep liberou o cartão de confirmação de inscrição. Estão disponíveis no cartão informações como número de inscrição, data, local, horário das provas e opção por atendimento especializado. O documento não é obrigatório, mas o instituto recomenda que os estudantes levem o cartão nos dias de aplicação do exame. 

De acordo com o Inep, 3,1 milhões de inscritos devem fazer o Enem 2021, sendo que cerca de 3 milhões vão realizar provas impressas e 68,8 mil farão a modalidade digital. Os itens das duas versões de avaliação serão idênticos. 
Trinta e três servidores do órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pediram ontem exoneração e dispensa coletiva. Faltam 12 dias para a prova, marcada para os dias 21 e 28, com 3 milhões de estudantes. Os funcionários desempenham funções cruciais para a realização do exame, em áreas como planejamento, aplicação, logística, contratos e tecnologia.

O Portal Estadão revelou a demissão coletiva no início da tarde com 13 nomes e, ao longo de todo o dia, mais funcionários decidiram aderir. O ato é um agravamento da crise que se instaurou no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) desde o início do governo de Jair Bolsonaro. O atual presidente Danilo Dupas – o quarto em três anos – é acusado de desmonte do órgão mais importante do MEC, assédio e desconsideração de aspectos técnicos.

A carta de demissão diz que eles entregaram os cargos por causa da “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”. Os demissionários representam 20% dos atuais 164 ocupantes de cargos no Inep. Todos são servidores antigos e experientes, com várias provas do Enem.Segundo o Estadão apurou, integrantes da Cesgranrio, consórcio contratado para aplicar o Enem, temem o que possa acontecer com a prova sem a interlocução e a experiência dos técnicos que saíram. Oficialmente, a empresa informou que não pode fazer comentários “por força contratual”.

Entre os que têm de acompanhar e fiscalizar o cumprimento do contrato com a Cesgranrio mais da metade pediu exoneração. A servidora Danusa Fernandes Rufino Gomes, por exemplo, é a gestora do contrato. Já Denys Cristiano de Oliveira Machado cuida da fiscalização da base de dados sobre a distribuição das provas por sala. Vanderlei dos Reis Silva e Samuel Silva Souza são do grupo que acompanha a aplicação em tempo real e envia informações ao Inep. Também assina a carta de exoneração Andréia Santos Gonçalves, que faz a supervisão das atividades de monitoramento da prova.

RADAR

“Está saindo todo mundo do sistema de monitoramento de incidentes, que é o radar do Inep para solucionar os problemas de aplicação do Enem”, disse um servidor que pediu para não ter seu nome publicado. “O Enem vai ser realizado num voo às cegas.” Outra servidora disse que “todos que cuidam da logística de aplicação do exame entregaram os cargos” e o Inep ficou “acéfalo”. Segundo ela, quem tomaria as decisões seria a alta gestão da casa, “que não está se envolvendo tecnicamente no exame.” Ela pediu para não ser identificada. A realização do exame, segundo ela, está em risco.

Fonte: Tribuna do Norte

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