antes-visualizacao-noticia

Na contramão da inflação, novos empregos pagam cada vez menos

Com gasolina em alta, o trabalhador coloca 23% menos combustível em seus veículos - Foto: Pixabay
Com gasolina em alta, o trabalhador coloca 23% menos combustível em seus veículos - Foto: Pixabay

Mesmo ao anunciar dados positivos sobre a criação de vagas formais de emprego no país, o Ministério do Trabalho teve que reconhecer, na entrevista coletiva de terça-feira (26), que os novos contratados ganham cada vez menos.

O salário médio de admissão no território nacional vem caindo desde abril de 2021, quando era de R$ 1.943,59. Desde então, ao mesmo tempo em que o gráfico da inflação sobe vertiginosamente, os valores pagos no primeiro holerite ficam cada vez mais esquálidos, fechando setembro em R$ 1.795,46.

Em comparação com agosto, houve redução real de R$ 18,11 (ou cerca de 1%) no salário médio de R$ 1.813,57. 

Nos mesmos cinco meses em que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, registrou queda de 9,2% nos rendimentos dos trabalhadores recém-contratados, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medidor oficial da inflação, acumulou 7,15% de elevação.

Para trazer o drama para o nosso cotidiano, e levando em conta não o IPCA, mas o custo da gasolina comum, a situação fica mais clara. Em cinco meses, o brasileiro perdeu a capacidade de colocar 74 litros do combustível no tanque de seu veículo.

Em abril de 2021, um trabalhador que ganhava o salário de R$ 1.943,59 colocava 356 litros do combustível no tanque — R$ 5,753 era o preço médio nas bombas dos postos brasileiros, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo). 

Com a gasolina a R$ 6,361, no último levantamento da ANP, relativo à semana passada, e o rendimento de R$ 1.795,46, colocam-se 282 litros, 23% menos.

O setor que teve a maior redução nos salários iniciais foi o dos trabalhadores domésticos, com 11,38% de perda. Em setembro, ganharam R$ 1.314,65.

O secretário de Trabalho do ministério, Luis Felipe Batista de Oliveira, afirmou que a queda de 1% nos rendimentos dos novos contratados pode ser explicada pelo fato de que as pessoas com pouca qualificação que perderam o emprego no início da pandemia de Covd-19 começaram a voltar ao mercado, e são trabalhadores que tradicionalmente ganham menos.

Fonte: R7

fim-visualizacao-noticia