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Papa incentiva diálogo entre jovens e idosos em série na Netflix

Trecho do primeiro episódio da série documental do Papa. Foto: ANSA

O papa Francisco defende a importância do diálogo entre jovens e idosos e reflete sobre grandes questões da vida em uma nova série documental da Netflix apresentada nesta quinta-feira, 21, no Festival de Cinema de Roma.

O argentino protagoniza a produção Histórias de uma geração com o papa Francisco, que chegará na plataforma de streaming no próximo dia 25 de dezembro, com diálogos inéditos entre o religioso, idosos e jovens de cinco continentes.

A obra documental conta com quatro episódios nos quais homens e mulheres com mais de 70 anos – incluindo celebridades como Martin Scorsese, Estela Barnes de Carlotto e a bióloga Jane Goodall – dão seu depoimento a cineastas com menos de 30 anos sobre a vida e suas experiências, tendo como fio condutor uma entrevista exclusiva de Jorge Bergoglio.

A série é inspirada no livro La Saggezza del Tempo (A sabedoria do Tempo, em tradução livre), no qual o líder da Igreja Católica ressalta que “os idosos têm a sabedoria”, além de serem responsáveis por “transmitir a experiência da vida, a história de uma família, de uma comunidade, de um povo”.

Produzida pela Stand By Me e dirigida pela italiana Simona Ercolani, a obra tem como objetivo reunir uma representação emblemática de etnias, classes sociais e religiões de todo o planeta, abordando temas como amor, trabalho, sonho e luta.

A produção foi filmada durante um ano e acumula um total de 18 histórias, além da conversa entre o jesuíta Antonio Spadaro e o Papa, que compartilha histórias e memórias pessoais.

No primeiro episódio Love, dedicado ao tema do amor, o argentino lembra de sua querida avó chamada Rosa. “O que mais apreciei nela foram os seus silêncios”, diz o religioso, lembrando que ela “foi uma pessoa que sofreu muito”.

“O amor só é verdadeiro quando é gratuito e se há problemas de casal, o importante é sofrer junto com o outro e seguir em frente”, acrescentou o Pontífice durante a entrevista no Vaticano.

Francisco acredita que para o futuro é importante que os jovens se aprofundem nas raízes, nos idosos, a partir do afeto: “O que é o amor? É como definir o ar”, ele responde.

O Pontífice reitera ainda o seu apelo aos jovens para que ajudem os outros e não olhem para o outro lado. “Se quer amar, não pode ficar indiferente, deve aproximar-te dos limites do ser humano”, porque “a única maneira permitida de olhar para cima e para baixo, para outra pessoa, é estendendo a mão quando ela cai”.

Durante o documentário, Bergoglio incentiva as novas gerações a sonharem: “Quem não é capaz de sonhar está perdendo alguma coisa, está asséptico. E a assepsia serve para o centro cirúrgico, mas não para a vida”.

Por fim, o Santo Padre relembra sua juventude em Buenos Aires com fotos em preto e branco e também seu amor pelo tango. “Você gosta de tango? Já dançou? Sim, sim”, responde com um grande sorriso no rosto.

Fonte: Estadão

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