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[VÍDEO] PL diz que relatório que questiona urnas só visa 2º turno para evitar ‘grande tumulto’

Valdemar Costa Neto explica a auditoria feita pelo PL nas urnas. Foto: Reprodução

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, disse ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o relatório contra o resultado das eleições visou somente anular votos proferidos no 2º turno para evitar “grave tumulto processual”. O documento deliberadamente ignorou o primeiro turno do pleito, ocasião em que 99 deputados federais e oito senadores da legenda foram eleitos, além de aliados de Bolsonaro nos Estados.

A legenda respondeu ao tribunal hoje (23) após Moraes cobrar dados envolvendo o 1º turno da votação. O documento foi protocolado em paralelo a uma entrevista do presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto.

“Estender a verificação extraordinária pretendida também para o primeiro turno parece ser medida açodada, especialmente porque, como efeito prático, traria a própria inviabilidade da medida ora pretendida, em razão da necessidade de fazer incluir no polo passivo da ação todos os milhares de candidatos que disputaram algum cargo político nessas eleições, bem como seus Partidos, Coligações e Federações”, alega o PL.

O PL diz que ratifica o pedido feito inicialmente – de rever votos proferidos em mais de 279 mil urnas, mas somente no segundo turno – por considerar uma verificação “mais prática, objetiva e célere”. Para o partido, se o TSE de fato identificar as supostas “falhas”, o tribunal poderia então decidir para ambos os turnos.

O PL não menciona o fato de que ambos os equipamentos foram usados no primeiro e no segundo turno o que, em tese, demonstraria que se houve problema em uma rodada de votação, também teria ocorrido na anterior.

Esse ponto foi mencionado pelo ministro Alexandre de Moraes em despacho proferido ontem. “As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições de 2022”, escreveu o ministro.

Após pedir anulação de voto, Valdemar diz que não quer “outra eleição”

Em entrevista a jornalistas, Valdemar Costa Neto justificou o relatório golpista enviado ontem ao TSE Tribunal Sperior Eleitoral) sobre o pedido de anular votos proferidos em 279 mil urnas eletrônicas dizendo que a Lei Eleitoral permite o questionamento caso haja “indícios” de erros ou problemas no sistema eleitoral. Apesar de pedir que sejam invalidados votos proferidos em cerca de 60% das urnas, o líder da legenda negou que a medida busque pedir nova eleição ou impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao questionar somente o segundo turno, o PL deliberadamente deixa de fora os votos que garantiram uma bancada de 99 deputados federais e 8 senadores eleitos no primeiro turno da votação.

“Não se trata de pedir outra eleição, não tem sentido. É um negócio que envolve milhões de pessoas. Porque um cidadão que teve 200 votos, ele tem que participar do processo […] Então é uma loucura, só o PL tinha 2 mil candidatos. Imagino que os outros partidos também. E além de atingir governadores, senadores”, afirmou.

Ontem, a sigla abriu uma ofensiva no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O pedido atinge cerca de 59% das urnas usados nas eleições, e daria vitória ao presidente Jair Bolsonaro, derrotado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Nós não estamos discutindo a eleição, estamos discutindo a história do Brasil. Porque a soma das urnas novas que têm todo o cadastro, dá uma vitória para o presidente Jair Bolsonaro de um milhão e 78 mil votos se não forem consideradas as urnas que têm indícios. E toda eleição, toda votação, não pode haver dúvidas sobre o voto”, disse.

“O voto tem que ser seguro. E, por isso, nós fizemos este levantamento. E se isso for uma mancha na nossa democracia, nós temos que resolver isso agora. Porque o problema é muito sério”, disse Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal).

A ação, contudo, foi prontamente respondida pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que pediu que o PL apresente também os dados referentes ao primeiro turno das eleições em até 24 horas. Segundo Moraes, as urnas citadas pela legenda também foram usadas na votação de 2 de outubro.

Fonte: Uol

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