O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vive a agonia da espera para saber se será ou não demitido. Ele deve se reunir nos próximos dias com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e descobrir se o que dizem autoridades do governo, reservadamente, coincide com o que tem na cabeça o chefe do Poder Executivo.
Há meses, decisões de Prates são criticadas por ministros do próprio governo. Mas o que corria apenas nos bastidores rompeu barreiras da discrição. Os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Casa Civil, Rui Costa, externam a quem quiser ouvir suas insatisfações com a atual gestão, especialmente por divergências sobre o papel social que deveria ter a petroleira.
Segundo relatos de interlocutores que falaram com Prates, ele vê uma “crise fabricada”, “crise encomendada” para derrubá-lo do cargo por gente que quer tomar a posição.
A Petrobras não estaria em crise antes dessa confusão. E argumenta que a empresa teve o segundo melhor resultado da história sem vender ativos, vai distribuir dividendos, sem escândalos de corrupção, sem indícios de favorecimento.
Nos corredores da diretoria da Petrobras a pergunta é: “a quem interessa esta crise”?
Outra expressão ouvida por interlocutores de Prates foi que estavam tentando “criar fantasmas” de que a Petrobras estaria causando incômodos” e “factoides absurdos”.
Prates caiu na provocação do fogo amigo dentro do próprio governo. Pediu reunião de arbitragem com Lula, em busca de apoio. O pedido soou como um ultimato e o presidente não gostou.
Fabricada ou não, a crise se instalou para valer na cúpula para a Petrobras.
Fonte: CNN