O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou na segunda-feira, 25, com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o Partido Liberal (PL) por suposto impulsionamento irregular de conteúdo eleitoral nos dois dias que antecederam a convenção que oficializou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL), à reeleição para o Palácio do Planalto. O Estadão entrou em contato com o PL, mas o partido disse que não irá se pronunciar sobre o caso.
Em dois dias, 22 e 23 de julho, o PL gastou R$ 741 mil em 15 anúncios, segundo plataforma de transparência do Google, que apresenta dados sobre mídia paga. Um dos pedidos do PT é a interrupção imediata dos impulsionamentos dos 15 vídeos. Segundo cálculos feitos a partir de dados aproximados fornecidos pela plataforma, os vídeos teriam alcançado, no mínimo, 74,35 milhões de visualizações, podendo chegar a quase 82 milhões. O Partido dos Trabalhadores calculou 81 milhões de visualizações.
Além disso, o PT demanda o pagamento de multa equivalente ao dobro do valor gasto para impulsionar os vídeos, o que totalizaria mais de R$ 1,4 milhão. O último pedido é que haja investigação sobre a origem dos recursos aplicados para averiguar um possível uso irregular de recursos do Fundo Partidário no impulsionamento dos vídeos.
Segundo os advogados do Partido dos Trabalhadores, os vídeos configuram violação às regras de propaganda no período de pré-campanha, “dada a inobservância do dever de moderação de gastos com impulsionamento previsto na legislação eleitoral”.
No vídeo em questão, apresentado como anúncio online no Youtube, o Partido Liberal se refere a Bolsonaro como “capitão do povo”, afirmando que ele seria a “salvação” do Brasil. Já a representação feita pelo PT se refere a trechos do jingle para a pré-campanha de Jair Bolsonaro, lançado pela dupla sertaneja Mateus e Cristiano, cujo trecho diz que o atual presidente “vai vencer de novo”.
Bolsonaro já havia divulgado o jingle no Facebook em maio deste ano, durante live com a participação da dupla sertaneja, além da presença do pré-candidato a vice, general Braga Netto, e o empresário Luciano Hang.
Fonte: Estadão